Impacto das mudanças globais na distribuição de Lutzomyia flaviscutellata, vetor de leishmaniose tegumentar na América do Sul, em diferentes escalas espaciais
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4963 |
Resumo: | As leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas, transmitidas pela picada de flebotomíneos e sensíveis ao clima, afetadas por mudanças na precipitação, temperatura e umidade. A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) encontra-se em expansão no Brasil, em padrões de transmissão associados a impactos ambientais de origem antrópica. Neste cenário, destaca-se Leishmania (Leishmania) amazonensis, responsável por uma forma clínica grave de LTA, transmitida por Lutzomyia (Nyssomyia) flaviscutellata. A presente tese tem como objetivo avaliar os impactos das mudanças climáticas e das mudanças no uso do solo na distribuição de L. flaviscutellata na América do Sul e ampliar os conhecimentos sobre sua distribuição em diferentes escalas espaciais. São apresentados quatro capítulos que descrevem: (i) aplicações de modelagem de nicho ecológico na avaliação do impacto das mudanças climáticas na distribuição de artrópodes vetores; (ii) modelos de nicho ecológico de L. flaviscutellata em cenários de mudanças climáticas em macroescala na América do Sul; (iii) variáveis ambientais importantes para a distribuição de L. flaviscutellata em mesoescala e abundância em microescala; (iv) a fauna de flebotomíneos em área de transmissão de L. (L.) amazonensis no nordeste do estado do Pará. Apresenta-se a lista atualizada da distribuição de L. flaviscutellata na América do Sul por localidades de ocorrência, resultante de extensa compilação na literatura, bases de dados online e coleções científicas e utilizada para gerar modelos de nicho ecológico deste vetor. Os modelos apresentaram bom desempenho preditivo; projeções em dois cenários de mudanças climáticas indicam áreas de provável expansão de L. flaviscutellata em 2050, em direção ao sul e sudeste do continente. As variáveis climáticas apresentaram maior importância para a distribuição de L. flaviscutellata em macroescala, principalmente precipitação, o que reforça a sensibilidade da espécie à mudança do clima global. Em microescala, ganharam importância as variáveis de uso do solo indicadoras de perturbação antrópica em ambientes florestais. A partir dos resultados das modelagens de nicho ecológico, é recomendado que múltiplos algoritmos sejam aplicados no desenvolvimento destes modelos e a escolha das variáveis preditoras seja adequada à escala espacial proposta. As localidades estudadas nos municípios paraenses Tracuateua e Bragança, previamente apontadas pelos modelos de nicho ecológico, apresentaram alta riqueza de espécies e predominância de L. flaviscutellata em fragmentos florestais e ocorrência do vetor em áreas peridomiciliares. É sugerido o modelo metapopulacional fonte-sumidouro para estas populações, onde mudanças no uso do solo de origem antrópica controlam a probabilidade de colonização do peridomicílio. Quatro fêmeas de L. flaviscutellata foram encontradas naturalmente infectadas por L. (L.) amazonensis, confirmando a circulação deste parasita na localidade estudada, que apresenta casos humanos de LTA em um padrão de transmissão silvestre e ocupacional. Conclui-se que modelos de nicho ecológico são métodos eficazes na previsão da ocorrência de vetores e podem auxiliar gestores da área de saúde nas atividades de vigilância e controle de doenças infecciosa. |