A função do corte na repetição em um estudo de caso: o significante e o ato analítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Souza, Aline de Oliveira e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14711
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo situar a função do significante e do ato analítico como corte, ao inscrever um traço de pura diferença, em relação à compulsão à repetição, que por estar atrelada ao registro do real, sempre retorna ao mesmo lugar. As questões que originaram essa pesquisa partiram do estudo de um caso clínico de uma adolescente atendida em um ambulatório público. A adolescente apresentava diversos fenômenos que acometiam seu corpo, como, por exemplo, seus cortes nos pulsos, repetidos de forma compulsiva. Em seus atendimentos, anuncia em sua fala, em alguns momentos, o corte enquanto significante, ao tecer questionamentos relativos à sua vida. Esta pesquisa desdobra-se em torno dos efeitos desse trabalho simbólico singular, mobilizado pelo significante, encadeado por esse sujeito que, em determinados momentos, chegou a cessar os cortes em seus pulsos. Para elaborar teoricamente essas questões clínicas, tomamos como referência a teoria psicanalítica de Sigmund Freud e Jacques Lacan. Para além da pesquisa sobre o estatuto da constituição do corpo, que se articula ao significante e ao gozo, nos detemos no estudo do conceito de repetição, por se encontrar presente tanto na dimensão do ato quanto na insistência de um significante privilegiado para a paciente. Constata-se que a dimensão do corte enquanto função concernida ao significante está atrelada ao próprio estatuto da repetição, como sendo capaz de inscrever uma descontinuidade em relação à compulsão a repetir, da qual temos notícias através do corpo. Observa-se que os efeitos do trabalho simbólico evidenciados pela clínica deste caso são inerentes ao seu lugar de transferência, no qual o analista está situado. Desse modo, investiga-se o lugar do analista, que ao realizar uma leitura da fala como significante, na suspensão de um sentido prévio, torna possível, a partir da particularidade de seu ato, produzir um corte, algum novo deslizamento significante, uma escansão, diante do caráter mortífero da repetição e do gozo