Evolução Paleoproterozoica do Complexo Juiz de Fora – Margem SE do Paleocontinente São Francisco: Litogeoquímica, Geocronologia U-Pb e Geoquímica isotópica (Sm-Nd, Sr-Sr e Lu-Hf)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Rasec Almeida dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19764
Resumo: A borda sul do Cráton do São Francisco apresenta exposições importantes tanto de crosta arqueana quanto de crosta paleoproterozoica que consolidaram o antigo paleocontinente São Francisco. A orogênese Riaciana-Orosiriana está registrada em diversas unidades que compõem a borda sul desse paleocontinente, tanto em unidades pouco retrabalhadas durante o evento tectono-termal neoproterozoico, bem como em unidades intensamente retrabalhadas por tal evento, como é o caso dos complexos Mantiqueira e Juiz de Fora, associações que integram o embasamento do orógeno neoproterozoico. O Complexo Juiz de Fora (CJF) é caracterizado por rochas granulíticas ortoderivadas básicas, intermediárias e ácidas. Este trabalho discute novos dados geológicos, geoquímicos, geocronológicos e isotópicos dos metagranitoides e das rochas básicas do CJF juntamente com a integração e revisão de dados antigos, para propor um modelo evolutivo dos diversos pulsos magmáticos que edificaram este terreno. Os protólitos dos granulitos básicos, intermediários e ácidos foram gerados em diversos pulsos magmáticos sob diversos contextos tectônicos: 2,28 Ga – 2,10 Ga e 2,08 Ga – 1,93 Ga e incluem (i) granulitos enderbíticos com assinatura química de TTGs, (ii) granulitos enderbíticos e charno-enderbíticos com assinatura química de sanukitoides, (iii) granitoides híbridos de médio a alto-K, (iv) granitoides híbridos de alto-K, (v) granulitos ácidos de médio-K e (vi) granulitos básicos heterogêneos (toleítos de arco, E-MORB e intraplaca). Os granulitos de composição tonalítica a granodiorítica compõe a maior parte dos “granulitos verdes” que integram o CJF, associados a granulitos básicos com assinatura de arco magmático e E-MORB. Paragêneses típicas de fácies granulito foram observadas nas rochas básicas estudadas e incluem Cpx+Opx+Pl+Qtz, enquanto nas rochas intermediárias a ácidas incluem Opx+Plg+Qtz ± Cpx±Biotita±Hrnbld. Análises geocronológicas de U-Pb em zircão mostram idade de 2,28 Ga para a cristalização do ortogranulito enderbítico com afinidade TTG, de caráter juvenil, contemporâneo ao magmatismo básico com assinatura do tipo E-MORB (2,21 Ga). Esse magmatismo é seguido por pulsos magmáticos geradores de granitoides híbridos em 2,20 e 2,16 Ga, mostrando um caráter evoluído do arco magmático já nesta fase. Novos pulsos de magmatismo juvenil ocorrem em 2,08 Ga e moderadamente juvenil em 2,05 Ga, contemporâneos a magmatismo de sanukitoides e granitoides híbridos com assinatura crustal bem marcada pelos valores de Nd(t) e Nd(t). As assinaturas isotópicas publicadas nesta tese, combinadas com idades arqueanas herdadas encontradas nos TTGs e granitoides híbridos bem como idades modelo TDM meso e neoarqueanas atestam um retrabalhamento crustal relevante para a evolução do arco Juiz de Fora previamente definido na literatura. Neste sentido, o presente trabalho apresenta evidências de importante contribuição arqueana na história evolutiva das rochas deste complexo metamórfico.