O Complexo Juiz de Fora na Região de Pedra Dourada (MG): litogeoquímica, geocronologia U-Pb, isótopos de Sm-Nd e Sr e implicações na Formação do Paleocontinente São Francisco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferreira, Sandro Lúcio Mauri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19169
Resumo: O Complexo Juiz de Fora (CJF) compreende ortognaisses e ortogranulitos Paleoproterozoicos com uma ampla variação composicional, interpretados como produto de um arco edificado entre o Sideriano e o Orosiniano (dentro do Sistema Orogênico Minas-Bahia) e relacionado a formação do Paleocontinente São Francisco. Este trabalho apresenta dados inéditos de geocronologia U-Pb em zircão (LA-MC-ICP-MS) combinados com isótopos de Sm-Nd e Sr, litogeoquímica, petrografia e observações de campo para o CJF na região de Pedra Dourada (MG). Os dados permitem o reconhecimento de dois litotipos principais: O ortogranulito félsico, litotipo predominante, possui conteúdos intermediários de SiO2, alto Ba, Sr, Mg#, alta razão La/YbN e baixa razão Na2O/K2O, sendo estas características compatíveis com a de sanukitoides. Apresentam idades de cristalização de 2175 Ma e valores de εNd(t) entre -4,0 e +0,5, TDMs entre 2,57 e 2,12 Ga e razões iniciais de 87Sr/86Sr entre 0,6937 e 0,7137, informando assinaturas moderadamente juvenis a ligeiramente evoluídas, sugerindo a origem em magmas na fusão de um manto híbrido extensivamente modificado pela assimilação de material crustal (fluídos, sedimentos, melt) por um longo período de subducção e/ou por subducções anteriores. O ortogranulito máfico, litotipo subordinado, apresenta composição gabroica, alto enriquecimento em REEs e forte anomalia negativa de Eu, é classificado como um OIB. Foi cristalizado em 2102 Ma e, os dados isotópicos (com εNd(t) igual a -5,5, TDM de 2,61 Ga e razão inicial 87Sr/86Sr igual a 0,7020) sugerem significativa contribuição de fontes crustais e a origem desta rocha em um ambiente de arco por meio de um slab-window. Tanto o ortogranulito máfico como o ortogranulito félsico exibem paragêneses de pico metamórfico com Opx + Cpx + Pl estáveis, sendo obtida para este retrabalhamento Neoproterozoico idades entre 581 e 605 Ma, compatível com a colisão do Paleocontinente São Francisco com o Sistema de Arco Interno durante o desenvolvimento das orogenias Brasilianas/Pan-Africanas. A predominância de ortogranulitos félsicos com assinatura sanukitoide na região estudada sugere que a geração de sanukitoides pode ter sido bem mais expressiva nas porções mais centrais e setentrionais do CJF que nas porções mais meridionais do mesmo, onde sanukitoides são descritos como componentes subordinados. Por fim, no sul do Paleocontinente São Francisco, a associação de sanukitoides com outras rochas de arco magmático sugerem o desenvolvimento de um complexo e prolongado sistema orogênico similar aos observados na moderna tectônica de placas.