As Geograficidades e Historicidades Tradicionais Caiçaras em Cajaíba, Paraty – RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, José Carlos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20246
Resumo: Diante das transformações do mundo contemporâneo e do avanço tecnológico, as técnicas passam a ser elementos fundamentais para a instrumentalização do Estado e atingem os mais diferentes quadrantes espaciais nos quais houve mudanças profundas nos modos de vida, nos costumes e nas concepções existenciais dos sujeitos. Almejando compreender as geograficidades e historicidades desses sujeitos, o procedimento de investigação se pautou pela análise e percepção da memória e história como leitura do espaço. Frente aos atuais processos de segregação e fragmentação social engendradas pela força acelerada da modernidade, das formas de modernização e das ações hegemônicas do Estado, a construção do conhecimento a partir das experiências do cotidiano praticado e da produção de uma linguagem e sentidos próprios do fazer do Outro, passa pela compreensão de sua própria escala de construção da vida. Partindo do pressuposto que os modelos de implantação de unidades de conservação de forma verticalizada trazem como consequência tensões e conflitos de diversos matizes; inferimos que as narrativas caiçaras se tornam um ato de conhecimento que possui um sujeito, tempo e espaço dentro de determinadas perspectivas e visões de mundo, que permite uma maior compreensão do conjunto de expressões socioculturais e ambientais desses grupos sociais. Dentro desta perspectiva de análise, nosso objeto de estudo se insere no processo de disputas do território e disputas de sentidos no qual os sujeitos marcados por suas diferenças étnicas e culturais produzem suas próprias espacialidades/geograficidades, historicidades, práticas e saberes. Em busca dos objetivos pretendidos, os desafios epistemológicos percorrem os processos de modernização e relações de poder, de transformação das heranças culturais, históricas e a imbricação desses processos na cultura, identidade e cotidiano dos sujeitos. As dimensões de análise abarcam os cenários de injustiça socioambiental advindos dos conflitos territoriais e das rupturas históricas e culturais desses segmentos socialmente discriminados, buscando dar visibilidade aos sujeitos portadores e produtores de práticas e saberes tradicionais. Elegemos como elemento para análise reflexiva as geograficidades e historicidades tradicionais caiçaras e sua importância na produção social do espaço, considerando que esses preceitos são um importante elo de ligação entre os sujeitos, suas comunidades, suas formas de organização social e seus trajetos no/pelo espaço. Para o recorte empírico, as comunidades tradicionais caiçaras da Enseada da Cajaíba em Paraty-RJ foram objeto de análise. Entretanto, foi proposto neste estudo testar a hipótese questionando: como o Estado, agente intermediário do processo modernizador, é responsável pela introdução de profundas mudanças nas relações de poder e nas relações sociais e culturais das comunidades caiçaras ao normatizar o território? Com o objetivo de identificar e analisar os processos de intervenção do Estado, tendo como instrumento de análise e questão central o modelo vertical de implantação de áreas de proteção ambiental, buscamos no método da história oral e nas narrativas caiçaras o aporte teórico metodológico visando dar suporte às bases analíticas no campo da Geografia e da História Social na conjuntura do presente.