A violência é uma criança com medo: educação social, marginalidade e representações sociais de violências no Complexo do Salgueiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lopes, Lucas Salgueiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19925
Resumo: A presente dissertação propõe uma discussão acerca das representações sociais de violências de educadores atuantes em um projeto socioeducativo de viés cristão no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo-RJ, e a influência dessas representações nas práticas ofertadas por esses profissionais. Tal instituição estudada, presente num contexto considerado de marginalidade – e possuindo altos índices de criminalidade – oferece oficinas educativas e assistência social para um público de crianças e adolescentes do Salgueiro. Assim, se teve como principais objetivos nesta pesquisa: identificar as representações sociais de violências partilhadas por esse grupo de educadores sociais; e saber como essas representações influenciaram nas práticas socioeducativas ofertadas por esses educadores. Sendo uma investigação de caráter qualitativo, utilizou-se como ferramentas metodológicas: a realização de entrevistas semiestruturadas com os profissionais da referida instituição, que passaram posteriormente por uma análise retórico-filosófica, baseada, sobretudo, em Aristóteles e Olivier Reboul; e a escrita de diários que relataram as práticas do projeto, amparadas em observação de campo inspiradas na fenomenologia de Edmund Husserl. Como principais referenciais teóricos, utilizou-se especialmente das obras de Johan Galtung e Byung-Chul Han, para tratar das questões relativas às manifestações de violências contemporâneas; de Geraldo Caliman e Xesús Jares, ao se tratar do campo da Pedagogia Social; e de Willem Doise e Serge Moscovici, acerca do campo da Teoria das Representações Sociais. Quanto aos principais resultados encontrados a partir da investigação realizada, foi perceptível um núcleo figurativo das representações sociais de violências que apresentam uma noção de "desvio" de uma normalidade para explicar as manifestações violentas naquele contexto. Dessa maneira, conclui-se para a existência de representações sociais de violências construídas pelo grupo investigado a partir, sobretudo, de aspectos de suas convivências e religiosidades. Além disso, percebe-se que as violências mais "visíveis" para esses educadores são as de manifestação direta e estrutural, o que faz com que, por vezes, tais referenciais partilhados por esse grupo sirvam como norte para as ações educativas organizadas nesse projeto social.