Eu quero saber mais, preciso saber mais, o Projeto Minerva está no ar: ensino supletivo de 1º Grau para além das ondas do rádio (1970-1979)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20053 |
Resumo: | Criado durante o regime militar instaurado no Brasil (1964-1985), o Projeto Minerva (1970-1989) integrou o plano de governo, veiculando nacionalmente programação radiofônica com fins educativos e culturais. Assim, o objetivo da Tese foi o de analisar as concepções assumidas pelo Projeto Minerva durante o período de 1970 a 1979, em que os cursos preparatórios de 1º Grau foram elaborados e produzidos sob a coordenação pedagógica do Serviço de Radiodifusão Educativa (SRE), órgão subordinado ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). A partir de 1980, essa função foi exercida pela Fundação Roberto Marinho (FRM), com a inclusão do curso de 2º Grau e a adaptação do 1º Grau, ambos com o material didático organizado pela Fundação. Dessa forma, delimitamos como recorte temporal o período no qual o curso de 1º Grau foi transmitido exclusivamente pelo rádio (1970-1979) e sob a orientação e coordenação pedagógica do poder público (SRE/MEC). O projeto supletivo utilizava-se da irradiação de aulas, com acompanhamento de leitura de fascículos e encontros em radiopostos, com a mediação dos monitores. As emissoras radiofônicas públicas e privadas mantinham a programação obrigatória do Projeto Minerva em dias e horários fixos, empreendendo uma estratégia de alcance aos milhares de participantes a fim de construir uma ideia de conexão, pela forma simultânea e uniforme por meio das quais aconteciam as transmissões das aulas. A hipótese que orientou a Tese girou em torno de caracterizar o Projeto Minerva como uma comunidade imaginada, segundo o conceito de Benedict Anderson (2008), em que o autor considera que uma nação ou uma comunidade, mais do que inventadas, sejam imaginadas, no intuito de que fazem sentido para a alma e se constituem como objetos de desejos e projeções para os sujeitos que as compõem. Sendo o Projeto Minerva o programa educativo-informativo-cultural de expressão do regime militar, ele também significou um meio de aproximação do governo junto aos adultos leitores/ouvintes, em especial àqueles que não possuíssem a certificação do ensino de 1º Grau. Consideramos, ao final da pesquisa, que todo indivíduo que lia os fascículos era perpassado pelas ideias, pensamentos, visões de mundo e/ou doutrinas daquele determinado grupo-autor do poder público, não significando, com isso, que as pessoas não pudessem se apropriar e construir outros sentidos para além do que se objetivava com o Projeto. Como fontes primárias foram analisados fascículos do Curso Supletivo de 1º Grau do Projeto Minerva – Fase II (1973-1979), com a percepção das intenções do poder público durante o período ditatorial, além de periódicos como: Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, Correio da Manhã, O Fluminense, Jornal dos Esportes, Folha de São Paulo; além de O Cruzeiro e Manchete. Pudemos analisar documentos gerados a partir de Seminários e Encontros, organizados no período demarcado pelo estudo. Nosso arcabouço teórico-metodológico contemplou autores como Ginzburg (1989, 2007), Chartier (1990), Revel (1998, 2010), Certeau (1998, 2020) e Anderson (2008). |