As microlitigiosidades da atividade adjudicante nos crimes de estupro: um estudo da sentencing de um tribunal do interior da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Martins, Rogéria da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14830
Resumo: O presente trabalho buscou investigar as sentenças dos delitos de estupro contra crianças e adolescentes, na cidade de Ilhéus, no período de 1964 a 2008. O intento pretendeu analisar as fragilidades do sistema judicial penal no reconhecimento das vítimas desse tipo de crime, caracterizando as disparidades das penas nos crimes de estupro a partir da aplicação das penas pelos magistrados. A análise dos elementos que se colocam como determinantes nas tomadas de decisão dos juízes envolveu instrumentos seletivos circunscritos na resolução da justiça penal. A pesquisa empírica empreende uma análise da sentencing nos processos de crimes de estupro, no concernente aos processos sentenciados, observando as problematizações das variáveis explicativas das decisões sobre o crime de estupro tomado pela autoridade judiciária, na sentença. A sentencing se dirige à análise do processo decisório fundamentalmente como prática social, nesse sentido compreendendo o fenômeno da decisão judiciária como uma prática complexa e subjetiva que envolve determinantes decisórios que caracterizam as disparidades das penas e, consequentemente, a desigualdade dos tribunais. Na moldura metodológica foram selecionados 84 (oitenta e quatro) processos nas duas Varas Criminais da Comarca de Ilhéus durante o período de 1964 (processo mais antigo sentenciado) a 2008 (processo mais recente sentenciado). Os critérios legais, extralegais e o contexto social fizeram parte dos determinantes na tomada de decisão dos juízes, bem como sua disposição penal na aplicação da norma diante de seu poder discricionário composto pela análise qualitativa e quantitativa. A partir das microlitigiosidades caracterizada na abordagem tradicional e a abordagem sociológica da sentencing, previamente definidos nessa pesquisa, inspirado pelas categorias de análise sugeridas por Vanhamme e Beyens (2007) revelou um desempenho classicista e reativo do sistema judicial de Ilhéus de relações estreitas com o formalismo jurídico, em detrimento de uma magistratura mais democrática dinamizada pela justiça social, no qual assentou o estupro ainda como um crime focalizado na violência física