Alelos de classe II do sistema maior de histocompatibilidade HLA e marcadores INDELs de ancestralidade genômica e sua associação com a retinopatia diabética: estudo multicêntrico de pacientes com diabetes tipo 1 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Deborah Conte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HLA
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19441
Resumo: Este estudo tem como objetivo avaliar os alelos HLA de classe II e a ancestralidade genômica de pacientes portadores de diabetes tipo 1 (DM1) no Brasil e sua associação com a retinopatia diabética (RD). Os pacientes estudados fazem parte de um estudo multicêntrico brasileiro que envolveu 1760 pacientes. Dados clínicos e laboratoriais foram avaliados e a genotipagem para o loci HLA-classe II (DRB1, DQB1, DQA1) foi realizada pelas técnicas de NGS e SSO. A ancestralidade genômica foi determinada utilizando um painel com 46 AIMs . Os pacientes foram submetidos à oftalmoscopia indireta para classificação da RD em: ausente, RD não proliferativa leve, moderada, severa e RD proliferativa. Esta tese apresenta seus resultados em formato de artigos científicos. O primeiro artigo avalia a prevalência dos alelos HLA na população portadora de DM1 comparada a um grupo de indivíduos saudáveis retirados da base de dados dos doadores de medula óssea (REDOME) e ainda faz uma avaliação dos principais alelos em subgrupos de cor autodeclarada. Este artigo nos mostra que os principais alelos de risco e proteção associados aos DM1 são, respectivamente, o DRB1*03 e o DRB1*07, com pouca variação relacionada à cor autodeclarada. O segundo artigo analisa o perfil HLA associado à RD, comparando indivíduos portadores de DM1 com RD grave e portadores de DM1 sem RD, pareados por tempo de duração de doença. Após correção de Bonferroni, não foi encontrada associação para qualquer alelo do sistema HLA de classe II. O terceiro artigo mostrou associação positiva da ancestralidade africana com a presença de RD grave mesmo após ajustes para variáveis clínicas e sócio demográficas. O quarto artigo mostra que a ancestralidade africana influenciou negativamente a qualidade de vida relacionada à saúde nos pacientes portadores de DM1 se mostrando como um importante determinante social. Em conclusão, a população brasileira portadora de DM1, apesar de altamente miscigenada, se assemelha às populações caucásicas em relação aos alelos e haplótipos de risco e proteção mais prevalentes. Foi observado ainda que os alelos HLA de classe II não se associam à RD, porém houve influência da ancestralidade africana na RD. Uma possível hipótese para explicar este fato se relaciona a fisiopatologia da RD que parece estar mais ligada às vias inflamatórias associadas ao estresse oxidativo. Possivelmente os genes que predispõem essa importante complicação crônica do diabetes devem estar localizados em outras regiões do genoma. Portanto, mais estudos são necessários para melhor estabelecer a relação da genética com o desenvolvimento da RD. E por fim, foi observada a importância da abordagem multidisciplinar no manejo do DM1, levando em consideração fatores sócios culturais como a etnia do paciente para atingir melhor controle da doença.