Dieta do lagarto Tropidurus torquatus (Wied, 1820) (Tropiduridae) na restinga de Grussaí, RJ: tamanho e sexo afetando a composição da dieta e importância de presas
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5898 |
Resumo: | Espécies do gênero Tropidurus são heliófilas, ovíparas e consideradas onívoras em sua dieta. Frequentemente utilizam estratégia de forrageio por emboscada, sendo consideradas sedentárias e oportunistas. Tropidurus torquatus é uma espécie que possui dimorfismo sexual em tamanho, com machos maiores que as fêmeas. Sabe-se que possui uma alimentação baseada em artrópodes, principalmente presas ativas, e material vegetal, entretanto, suas proporções variam entre populações. De forma geral, além das características ambientais, um dos possíveis fatores de variação na dieta é a idade. Logo, o tamanho do corpo, cabeça e boca aumentam conforme a idade: adultos tendem a possuir uma dieta mais diversa que os jovens. No presente estudo, analisamos a dieta de T. torquatus, a caracterizando no nível populacional, e estudamos as diferenças entre a alimentação de machos, fêmeas (grávidas e não grávidas) e jovens, em uma área de restinga (restinga de Grussaí), no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Para a coleta de dados, percorremos as quatro zonas de vegetação da restinga, das seis às 21 horas. Os lagartos foram coletados (N = 69) e levados ao laboratório para registrarmos as medidas de corpo, tamanho de boca, sexo e a idade (jovens ou adultos). Logo após o registro, removemos os estômagos e analisamos com a ajuda de um microscópio, registrando os itens alimentares presentes, anotando o número, volume e frequência de cada item. A dieta de T. torquatus foi caracterizada por uma grande variedade de categorias alimentares (N = 28). Os artrópodes foram a maioria, sendo Formicidae o item alimentar mais consumido em termos de número e frequência, e Coleoptera em volume. Analisamos a proporção de material vegetal e de itens alimentares com hábito fossorial na dieta, e esta apresentou uma quantidade significativa de folhas e frutos, e de presas de hábito fossorial, nos permitindo inferir sobre a estratégia de forrageamento empregada. Através do teste de Análise de Variância, encontramos diferença no número e frequência de itens alimentares para as três classes populacionais (machos adultos, fêmeas adultas e jovens). Em termos de volume, as maiores diferenças encontradas foram entre machos e fêmeas, e fêmeas e jovens. Em termos de importância (índice de importância relativa) dos itens, não houve diferença entre as classes, e utilizando o índice de diversidade de Simpson (Simpson, 1949), os jovens apresentaram uma diversidade de itens alimentares menor que os adultos. Através de uma Regressão Exponencial, encontramos uma relação positiva entre a largura da boca e o tamanho da maior presa ingerida, com os machos consumido as maiores presas. Os resultados sugerem que T. torquatus é um lagarto oportunista e possui uma dieta generalista composta principalmente por artrópodes e material vegetal, apesar deste último ter sido um item menos consumido pelos jovens. Fêmeas grávidas e não grávidas diferiram na composição da dieta, sugerindo intensidades de forrageamento diferentes. Acreditamos que a população apresentou uma estratégia de forrageamento intermediária com tendência a emboscada, visando a otimização da demanda conflitiva entre o gasto energético por forrageamento e aquisição energética por ingestão de alimento, como propõe a Teoria do Forrageamento Ótimo. |