Assistência à puérpera adolescente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Blanco, Mariangela Nogueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8615
Resumo: A assistência ambulatorial adequada à puérpera adolescente é necessária para a promoção e manutenção da amamentação exclusiva, orientação sobre anticoncepção, prevenção e diagnóstico de complicações mamárias e de infecções puerperais, assim como para enfatizar a importância da puericultura. Conforme os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS), as redes públicas municipal, estadual e federal devem garantir no mínimo dois atendimentos no período puerperal, a serem realizados na primeira semana após o parto e entre o 30º e 42º dia pós-parto. A pesquisa teve como objetivo conhecer e analisar a assistência ambulatorial pós-natal e pós-aborto na adolescência nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no município do Rio de Janeiro (RJ). A investigação foi desenvolvida por meio de duas abordagens: a primeira de natureza quantitativa, estudo transversal por meio de entrevistas estruturadas com coordenadores das unidades do SUS do município do RJ que prestam assistência em saúde sexual e reprodutiva para adolescentes. Os coordenadores responderam questões sobre as características da assistência pós-natal e pós-aborto para adolescente oferecida na unidade. A segunda, de natureza qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas com as puérperas adolescentes atendidas nas unidades com perguntas sobre orientações contraceptivas, amamentação e a consulta pós-natal propriamente dita. Os resultados mostraram grande oferta de assistência pós-natal (95,9% das unidades), entretanto em apenas 67,4% são cumpridas as diretrizes preconizadas pelo MS de duas consultas, na primeira semana e entre o 30º e 42º dia pós-parto. Em 22,7% das unidades não é agendada a consulta na primeira semana e em 17,7% não é agendada consulta entre o 30º e 42º dia pós-parto. Além disso, somente 7,8% realizam atendimento na faixa etária entre 10 e 19 anos como preconizada pela Organização Mundial de Saúde e pelo MS. A percepção da adolescente puérpera sobre o cuidado pós-natal evidenciou irregularidade na assistência ambulatorial, carência de orientação contraceptiva apesar da demanda da adolescente e valorização do aleitamento com vistas à saúde do recém-nascido. A assistência pós-natal oferecida pela unidade de saúde tem foco no recém-nascido e é realizada, na maioria das unidades, por médico pediatra. Concluiu-se que embora seja identificada grande oferta de unidades de saúde que disponibilizam a assistência puerperal, as diretrizes recomendadas pelo MS em garantir as duas consultas puerperais, não estão sendo contempladas para adolescentes. Os dados sugerem que a adolescente após a maternidade, passa a ser vista pelo serviço de saúde predominantemente como mãe, secundariamente a seu filho e não como uma pessoa que precisa de cuidados, em especial nesta fase, para prevenção de uma nova gravidez e complicações de saúde comuns no período pós-natal. A inadequação dos cuidados pós-natal e pós-aborto pode determinar a perda de oportunidade decisiva para a saúde das adolescentes. Desta forma, constitui um grande desafio, o efetivo cumprimento das recomendações do MS em realizar as duas consultas puerperais e a ampliação e qualificação da assistência pós-natal na adolescência.