Modulação de macrófagos murinos pelo Glucantime
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22508 |
Resumo: | No Brasil e na maioria dos países endêmicos, os antimoniais pentavalentes, tais como o Glucantime, são usados como terapia de primeira escolha tratamento das leishmanioses. Embora seu mecanismo de ação não seja completamente esclarecido, sua ação antiparasitária se dá principalmente após redução do antimônio pentavalente (SbV) para trivalente (SbIII) sobre as formas amastigotas intracelulares de Leishmania spp. O SbIII compromete o potencial redox levando danos a cadeia respiratória, e atua sobre a topoisomerase II danificando o DNA do parasito. Alguns estudos apontam para a ação dos antimoniais sobre a célula hospedeira, mostrando aumento na capacidade fagocítica e na produção de TNF por fagócitos. O objetivo deste trabalho foi investigar a capacidade do Glucantime modular a funcionalidade de macrófagos residentes de peritônio murino. In vitro avaliamos o efeito do tratamento direto com Glucantime (0-10 mg/mL) por 24-48h em monocamadas de macrófagos murinos peritoneais. In vivo, tratamos camundongos swiss por 5 dias consecutivos com 8 mg de Glucantime pela via intraperitoneal (IP) ou pela via intramuscular (IM) e obtivemos os macrófagos peritoneais. Avaliamos nesses macrófagos a sua capacidade fagocítica (usando beads fluorescentes) e ação microbicida (amastigotas intracelulares de L. braziliensis e Trypanosoma cruzi), produção de óxido nítrico (reagente de Griess) e perfil de citocinas (método CBA). Os resultados mostraram que nas concentrações até 20 mg/ml, o Glucantime não alterou a viabilidade dos macrófagos in vitro. A capacidade fagocítica e a produção de NO não foi alterada frente ao tratamento com o Glucantime. Quando previamente tratados com Glucantime, os macrófagos demonstraram capacidade microbicida aumentada para T. cruzi, mas sem correlação direta com produção de NO nas condições testadas. Os macrófagos tratados com Glucantime demonstraram produção aumentada de TNF e IL-6, mas após a infecção com L. braziliensis, os níveis de TNF e IL-6 diminuíram,bem como os níveis de IL-10 de maneira dose-dependente. Entretanto, a razão TNF/ IL-10mostrou tendência ao perfil inflamatório dos macrófagos estando eles infectados ou não. Em macrófagos oriundos de animais tratados in vivo com Glucantime, tanto IP como IM,observamos tendência ao aumento de citocinas pró-inflamatórias, sendo confirmado pela razão TNF/IL-10 (p<0,05). Macrófagos oriundos de animais tratados pela via IM,apresentaram aumento na capacidade microbicida para amastigotas intracelulares tanto de L. braziliensis (p<0,05) quanto de T. cruzi (p<0,05), sem correlação com produção de NO nas condições testadas. Esses resultados sugerem que o Glucantime é capaz de modular os macrófagos para um estado pró-inflamatório que pode contribuir para o efeito antiparasitário do fármaco. |