Morfometria e dieta de Trichothraupis melanops (Aves: Thraupidae): uma comparação entre sexos e áreas insular e continental de Mata Atlântica
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20784 |
Resumo: | A morfologia de um organismo é resultado direto de sua evolução a partir de suas adaptações ecológicas ao habitat em que vive e está intimamente interligada com sua alimentação e reprodução. As diferenças de medidas corporais entre fêmeas e machos têm sido associadas à seleção sexual ou como uma maneira de se diminuir a competição intraespecífica. Indivíduos de populações insulares comparados àqueles de áreas continentais tendem a ser maiores, como consequência da expansão de nicho devido à menor competição interespecífica em ilhas. A análise dos dados morfométricos, juntamente com a composição da dieta, pode ser uma forma de se compreender melhor as respostas evolutivas de uma espécie a esses fatores ecológicos. O presente estudo visou investigar e comparar as diferenças morfométricas e a dieta entre sexos em áreas insular (Ilha Grande) e continental (Cantagalo) de Mata Atlântica no município de Angra dos Reis, RJ, para a ave Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818). Embora esta espécie florestal possua dimorfismo sexual aparente, no presente estudo foi utilizada análise molecular, pela técnica do gene CHD, de forma a separar indivíduos jovens e subadultos que têm plumagem similar à de fêmeas adultas. As aves foram capturadas espontaneamente com redes de neblina de fevereiro de 2014 a junho de 2016 e para elas foram obtidas massa corporal e 11 medidas morfométricas. As fezes encontradas em seus sacos de contenção, bem como uma amostra de sangue, foram coletadas para cada indivíduo. Foram capturados 68 indivíduos na Ilha Grande e 14 em Cantagalo. O erro de identificação do sexo utilizando apenas a plumagem foi 44%. Indivíduos da Ilha Grande tiveram medidas maiores de comprimento total, comprimento da asa, comprimento de cauda, altura da narina e distância da ponta do bico à cabeça (HB), confirmando a “regra insular”. Indivíduos machos tiveram asas maiores que fêmeas, ratificando o padrão encontrado para outros Passeriformes. Porém, como a dieta não diferiu entre sexos, esta diferença não parece ser atribuída a uma menor competição intraespecífica. Os itens alimentares mais frequentes da dieta para ambas as áreas amostradas foram frutos de Melastomataceae e os artrópodes Hymenoptera e Coleoptera. Houve maior diversidade de itens alimentares na área insular em comparação à área continental, porém a amostragem assimétrica não nos permite indicar uma expansão de nicho na área insular. Mais estudos relacionando morfometria e dieta entre sexos comparando áreas, como realizado neste estudo entre áreas insulares e continentais, se fazem necessários para que se possa entender melhor a causa das adaptações morfológicas intraespecíficas das populações. |