Uma análise da Educação Profissional e Tecnológica no Brasil entre as décadas de 1990 a 2000

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mota, Raquel Cristina Lucas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15903
Resumo: A presente tese tem como objeto de investigação e análise a renovada hipertrofia da Educação Profissional e Tecnológica, no Brasil, entre os anos 1990 a 2013, com suas novas/velhas concepções e diretrizes, advindas das recomendações e influências dos organismos internacionais. O estudo inicia-se com o debate sobre a relação entre trabalho e educação na sociedade capitalista, em busca de compreender as dimensões ontológica e histórica do trabalho e de como, a partir do trabalho, os sujeitos desenvolvem sua capacidade educativa no decorrer do desenvolvimento histórico da sociedade, com trabalhadores tendo conhecimentos dos mais diversos e com formação de mão de obra diferenciada para o capital formação propedêutica e formação para execução de atividades. No caso do Brasil tem-se que considerar a particularidade da formação sócio-histórica do país, a qual se constituiu de forma subalterna e dependente, o que corroborou desde o início para o desenvolvimento dual de mão de obra, de um lado, com formação propedêutica e totalizante para alguns sujeitos, e, de outro, uma formação mais tecnificada, com caráter mais instrumental e voltado para a execução de tarefas para outros. Analisa-se também o desenvolvimento histórico dos paradigmas produtivos do capital, que culminaram na reestruturação produtiva no Brasil, e o papel do Estado nesse contexto e, consequentemente, sobre a mão de obra, que passa a ter que buscar responder às novas exigências de qualificação profissional dentro desse novo contexto: do neoliberalismo, contrarreforma do Estado, aumento do desemprego estrutural e da mundialização do capital. É nesse cenário que a EPT reassume centralidade, no sentido de se tornar uma estratégia privilegiada do governo brasileiro entre os anos 1990 a 2013, para investir mais no desenvolvimento e expansão dessa modalidade de ensino para formação da força de trabalho no país, com promoção de contrarreformas educacionais orientadas pelos organismos internacionais como o Banco Mundial, a Unesco, BID, dentre outros. Adotou-se como procedimentos metodológicos a revisão de literaturas sobre os assuntos tratados na tese, a partir de autores consagrados no âmbito acadêmico, além de pesquisa documental, tais como legislações e pareceres sobre a constituição histórica da educação no Brasil e da EPT. O estudo mostra que ocorreu a expansão e desenvolvimento das escolas destinadas à EPT, atendendo aos interesses do grande capital e se mantendo a dualidade na formação e qualificação dos estudantes propedêutica e técnica além do aligeiramento na formação, contribuindo com o domínio do capital sobre o trabalho e com a manutenção do caráter estrutural de inserção subalterna do país na divisão internacional do trabalho.