Retenção de cálcio ósseo em meninos com baixa ingestão dietética de cálcio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Streit, Márcia Fernanda Sardinha de Araujo Rodrigues Taveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7307
Resumo: A expansão da massa óssea e o acúmulo diário de cálcio ósseo variam conforme o estágio puberal, sendo maiores nos estágios puberais III e IV. Nesses períodos, a retenção diária de cálcio ósseo atinge seu máximo, correspondendo a 290 - 360mg/dia, em meninos com ingestão de cálcio superior a 1000mg/dia. Pouco se sabe sobre a retenção diária de cálcio ósseo em meninos com baixa ingestão de cálcio. O objetivo desse estudo foi avaliar a retenção diária de cálcio nos ossos em meninos pré-púberes e púberes fisicamente ativos com baixa ingestão de cálcio. Participaram do estudo 27 meninos nos estágios puberais I (8,5 ± 0,6 anos, n=9), II (10,8 ± 0,7 anos, n=9) e III (13,0 ± 1,0 anos, n=9). Coletas de amostras de sangue, avaliações da massa óssea e da composição corporal utilizando o DXA foram realizadas no início do estudo e após 6 meses. Dados de ingestão alimentar foram obtidos através de 3 recordatórios de 24h. Análises de PTH-i, 25(OH)D e IGF-I no soro foram determinadas por imunoensaio quimioluminescente. A retenção diária de cálcio ósseo foi estimada assumindo que o cálcio representa 32,2% do CMO do corpo inteiro e considerando diferença de conteúdo de cálcio ósseo das duas avaliações dividido pelo intervalo em dias entre as avaliações. Os valores de z-score da DMO do corpo inteiro e do fêmur proximal total foram adequados nas duas avaliações. A ingestão de cálcio foi semelhante entre os grupos (684±265mg/d, 618±406mg/d e 597±332mg/d nos estágios I, II e III, respectivamente) e representou ≈ 55% das atuais recomendações dietéticas de cálcio. A retenção diária de cálcio ósseo foi menor (P <0,05) nos meninos em estágio I (110 ± 38mg/dia) comparado àqueles no II (189 ± 64 mg/dia) e III (225 ± 102 mg/dia). 75% do meninos apresentaram 25(OH)D inferior a 50nmol/L (n=6, n=8 e n=7 nos estágios I, II e III, respectivamente) na primeira avaliação. A 25(OH)D se correlacionou positivamente com a DMO e o CMO do corpo inteiro e do fêmur nas duas avaliações. O IGF-1 foi maior no estágio III comparado ao II (288±135 vs. 193±79 ng/mL, P<0,05). No grupo todo, IGF-I se correlacionou positivamente com a área óssea do corpo inteiro e do fêmur (r>0,49; P<0.05) nas duas avaliações, e foi a única variável bioquímica a se associar positivamente com a retenção de cálcio diária (r=0,40, P=0,04). Apesar da baixa ingestão de cálcio e do estado insuficiente de vitamina D, os meninos apresentaram adequada massa óssea para a idade. A retenção diária de cálcio observada foi similar à de meninos habituados a elevada ingestão de cálcio, exceto para os meninos em estágio III. Somente nesses meninos, a ingestão de cálcio esteve associada à retenção de diária de cálcio (r=0,80, P<0,01), sugerindo que no estágio III em que a demanda de cálcio para a mineralização óssea é elevada, a baixa ingestão de cálcio, aliada ao estado insuficiente de vitamina D parece ser ter sido capaz de limitar a aquisição óssea ou ao menos diminuir a velocidade de acúmulo da massa óssea