Visões da modernidade: atividade política e intelectual na imprensa do Vale do Paraíba Oitocentista – Vassouras (1873-1889)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Marcelo Monteiro dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17646
Resumo: O trabalho busca compreender o lugar ocupado pela imprensa no Vale do Paraíba fluminense nas últimas décadas do século XIX. A hipótese central é de que os jornais impressos podem ser compreendidos como o lugar no qual se refletem as questões políticas e culturais daquele período, bem como sua ação para construir imagens de si como promotores de certa modernidade. A imprensa que se desenvolveu no Vale vem sendo objeto de atenção de historiadores preocupados em compreender todas as dinâmicas da sociedade do Brasil Império. O recorte cronológico da pesquisa concentrou a análise entre 1873, data do surgimento do primeiro periódico em Vassouras, e 1889, ano que marca o fim do regime monárquico. O intervalo selecionado mostrou-se rico para a pesquisa histórica, pois compreendeu um período de transformações na sociedade brasileira no qual se observam importantes modificações políticas e sociais. Concentrou o desenvolvimento do pensamento republicano, o aprofundamento das críticas à escravidão e o acirramento da campanha abolicionista; perpassa o treze de maio e a reação da classe senhorial dessa região, que mantinha a economia cafeeira ancorada no trabalho escravo. Observou-se a gestação de diferentes projetos para o Brasil de outrora e como esses projetos ganharam ecos pelas penas dos redatores desde a imprensa periódica de Vassouras. A imprensa tomou partido e estabeleceu programas políticos, ainda que defendesse, a partir do estabelecimento do programa de cada jornal, uma pretensa imparcialidade. A atividade jornalística no Vale do Paraíba fluminense, em especial na cidade de Vassouras, criou e difundiu um programa político e intelectual que atuou decisivamente na cena cultural local. O discurso desses redatores-intelectuais apontava para o futuro e ensejava múltiplas visões de modernidade. É certo ainda que antes do estabelecimento da imprensa local já circulavam inúmeros periódicos pela região, impressos na Corte ou em cidades vizinhas. O que a imprensa de Vassouras proporcionou foi a possibilidade de discutir as questões locais, regionais e nacionais desde o Vale. A partir da década de 1870, o espaço público estava permeado por uma miríade de grupos sociais. As camadas médias impulsionaram o surgimento da imprensa e dela se ocuparam até o fim da década de 1880. Por fim, estabeleceu-se a possibilidade de uma opinião pública orientada pela ação da imprensa local.