Raposa Serra do Sol: vínculo e pertencimento

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Oliveira, Bruno Pacheco de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais; Brasil; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
• Palavras-chave em Português: Indians; Youth; Identity; Memory; Performance; Indígenas; Jovens; Identidade; Memória; CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18278

A tese parte de uma abordagem da Antropologia Interpretativista e da Antropologia da Performance para realizar uma etnografia do evento Santa Cruz 30 anos, realizado em 2017. O evento, em 1987, celebrou os 30 anos de um conflito entre índios, jagunços e militares do Exército brasileiro no extremo norte de Roraima. Durante cinco dias, rememorou o conflito acontecido na comunidade da Santa Cruz fazendo deste fato histórico um dos acontecimentos fundadores da união dos povos indígenas da região que resultou na demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em 2005. O evento foi organizado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) e foi pensado como uma ocasião para trocas intergeracionais entre lideranças que viveram o conflito e o tempo da demarcação da TI, marcado por extrema violência e a nova geração de jovens que não vivenciou o conflito e por isso não tem a dimensão de sua importância. Passados 30 anos, as ameaças à integridade da Terra Indígena já não são os fazendeiros e seus jagunços e sim as investidas das igrejas neo-pentecostais, dos políticos brancos, da mineração empresarial, dos projetos de construção de usinas hidroelétricas, rodovias, entre outros. O evento criou uma situação que propiciou o diálogo entre gerações de modo a dar aos jovens a oportunidade de conhecer melhor sua história e perceber a importância de manter viva a memória da luta pela terra onde nasceram. O objetivo principal do evento foi percorrendo os 30 anos de luta pela terra, dar aos jovens instrumentos para que estejam aptos a construir uma nova identidade que os ligue ao passado de seu povo e ao mesmo tempo lhes ofereça as ferramentas necessárias para levar adiante o projeto coletivo baseado numa identidade étnica diferenciada.