Efeito do consumo crônico do adoçante natural stévia (S. Rebaudiana Bertoni) sobre parâmetros metabólicos e atividade mitocondrial do fígado de camundogos obesos hiperalimentados durante a lactação
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22475 |
Resumo: | A obesidade e o sobrepeso são definidos como um acúmulo excessivo de gordura corporal que pode ser prejudicial à saúde, estando diretamente relacionado ao aumento da prevalência e gravidade da doença hepática gordurosa não alcoólica. Um importante mecanismo que pode causar a obesidade é a programação metabólica, fenômeno que modula ajustes cruciais, que podem predispor à obesidade na vida adulta. Devido à necessidade de perda e controle do peso corporal, o consumo de adoçantes, aumentou em todo o mundo. A Stevia rebaudiana Bertoni é uma planta nativa da América do sul que apresenta alto poder edulcorante, por este motivo é utilizada na produção do adoçante natural stévia. Estudos experimentais recentes in vivo e in vitro demonstraram que a stévia tem propriedades antioxidantes e antiinflamatória. Nosso objetivo, portanto, foi avaliar o efeito do consumo do adoçante stévia sobre a resposta endócrino-metabólica e a função mitocondrial do fígado de camundongos adultos obesos submetidos à hiperalimentação na lactação. Para induzir a hiperalimentação, as ninhadas de camundongos Swiss foram reduzidas a 3 filhotes machos por lactante no 3° dia de vida pós-natal (grupo hiperalimentado-GH). As ninhadas controles foram ajustadas em 9 filhotes por lactante (grupo controle-GC). Aos 90 dias de vida, os grupos controle e hiperalimentado foram divididos em dois subgrupos, grupo controle e hiperalimentado que receberam água contendo 0,3% de stévia (GC-ST e GH-ST) ou grupo controle e hiperalimentado que receberam água pura (GC-AG e GH-AG). Os animais foram eutanasiados aos 180 dias de vida. Avaliamos o consumo alimentar e hídrico pelos animais durante todo o estudo. A composição corporal foi aferida por ressonância magnética nuclear e verificamos o peso de alguns tecidos como fígado, tecido adiposo marrom e gordura retroperitoneal. Dosamos a concentração sérica de insulina e, por Western Blotting, quantificamos o conteúdo de GLUT-2, IRS-1 e PI3K. Analisamos a atividade da catalase e da formação de TBARS, para a análise de estresse oxidativo hepático. O metabolismo mitocondrial foi analisado por respirometria de alta resolução. Nossos dados mostram que a hiperalimentação durante a lactação induz aumento da gordura corporal e o peso de tecidos como fígado, gordura do coração, tecido adiposo marrom e gordura retroperitoneal, além de induzir a hiperinsulinemia. Observamos que ingestão de stévia foi capaz de diminuir o consumo alimentar e de provocar um efeito viciante nos animais GH-ST, além disso o GH-ST liberou maiores quantidades de insulina no sangue, gerando um efeito compensatório para poder captar uma maior quantidade de glicose e também apresentou aumento significativo na taxa respiratória máxima estimulada por ADP. Entretanto a stévia não causou alterações no equilíbrio entre antioxidantes e espécies reativas de oxigênio, nem nas proteínas analisadas no Western Blotting. Concluímos que a hiperalimentação durante a lactação promove alterações morfológicas e metabólicas e que o consumo crônico do adoçante stévia promove alterações metabólicas distintas de acordo com o estado nutricional do animal, reduzindo a ingestão alimentar, aumentando a captação de glicose e a função mitocondrial em animais hiperalimentados. Porém sugerimos que mais estudos sejam realizados para esclarecer melhor os possíveis efeitos medicinais da stévia em tecidos periféricos, como o fígado. |