(Im)Permanências positivistas: os discursos criminológico e literário brasileiro como fios condutores de (des)qualificação do povo brasileiro
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Direito |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19577 |
Resumo: | O objetivo desta dissertação é estabelecer pontos de convergência entre a criminologia e a literatura para produzir um consórcio crítico sobre os discursos fundamentados na permanência criminológica positivista desqualificadora e os discursos literários que promovem qualificação através de rupturas. Entre seus fios e laços, foi trabalhada uma aproximação à história social da literatura e à análise do discurso para localizar a parcela subalterna do povo brasileiro enquanto figura constituída para manter a demanda por ordem em cada recorte analisado. As produções literárias contemporâneas frutos de oásis de resistência popular transbordam o povo em suas derrotas diárias contra uma sanha punitiva que aderiu muito fácil à subjetividade brasileira. Para que a criminologia possa oferecer caminhos emancipatórios, é necessário renunciar a herança discursiva assombrosa transplantada de além-mar. A literatura, já calejada, conhece o percurso pela contramão e à margem. As permanências discursivas sobre corpos selecionados, as quais sempre cercaram o povo brasileiro, principalmente em suas tentativas de protagonismo, ainda se estabelecem no presente e se projetam ao futuro por meio de mecanismos discursivos cristalizados para desqualificar, controlar e exterminar indivíduos pertencentes às classes populares, constituídos como outro-inimigo que, na verdade, somos nós mesmos. O trajeto, amparado pela pesquisa bibliográfica, buscou a transdisciplinaridade para compreender como produções literárias giraram o ponto de observação e retomaram o protagonismo discursivo, revelando-se sólidas pontes de emancipação que objetivam um movimento de contraeducação ao medo do outro. Assim, pelas lentes da literatura brasileira contemporânea, propõe-se um olhar reflexivo estilhaçador feito pelo próprio povo brasileiro em busca de seu protagonismo e do resgate de sua figura. |