Cidade sitiada, sentidos militarizados: a intervenção militar no Rio de Janeiro pelas páginas do O Globo
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16678 |
Resumo: | O objetivo desta dissertação é identificar nas reportagens de O Globo os legados que foram deixados pelos megaeventos à segurança pública do estado do Rio de Janeiro. O foco central é a intervenção militar, considerada como o legado mais evidente da área, uma vez que os gastos com os eventos internacionais levaram a uma crise econômica que impactou negativamente no trabalho da polícia e, consequentemente, aumentou a sensação de medo em turistas e cariocas. Este estudo parte da premissa que os casos de violência foram narrados pelo jornal de forma cíclica, servindo para a geração de medo e legitimando a permanência do Exército nas ruas. As narrativas jornalísticas dialogavam com as memórias de medo dos leitores, ao mesmo tempo em que apresentavam a intervenção como uma solução viável e indispensável para a redução da sensação de insegurança. Além disso, a intervenção pode ter servido para a promoção de políticos com baixa credibilidade, que viam nas medidas repressivas uma forma de dialogar com seus eleitores e exercer o controle social. A análise de narrativas foi utilizada como metodologia, seguindo o modelo de tríplice mimesis proposto por Ricoeur (1994), este autor contribuiu com a investigação das produções narrativas e auxiliou no entendimento do processo de formação de sentidos. Para compreender melhor esse legado de medo, foram analisadas reportagens de O Globo publicadas durante o ano de 2018, pois foi o período em que ocorreu a intervenção. Em síntese, as investigações desenvolvidas por essa pesquisa permitem concluir que os medos narrados pelo jornal podem servir para legitimar os planos de segurança mais repressivos, como a intervenção militar. Esses planos/ideias que são pouco eficazes, mas respondem positivamente aos anseios dos leitores e dos eleitores, por isso são amplamente defendidos em discursos jornalísticos e governamentais. |