Excesso de peso materno, estilos e práticas parentais de alimentação e oferta de alimentos ultraprocessados aos filhos em idade pré-escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Flávia Farias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7204
Resumo: O Excesso de Peso é um problema de saúde pública com prevalência crescente em todas as faixas etárias. No público feminino, o ciclo reprodutivo pode aumentar as chances do agravo e se associa ao excesso de peso nos filhos. Dado o protagonismo materno na oferta de alimentos, torna-se relevante estudar os comportamentos adotados por elas, bem como os alimentos ofertados. Os estilos e práticas parentais de alimentação incluem o contexto emocional que predomina durante as refeições e as práticas ou atitudes cotidianas que compõe o estilo. Para sua identificação, os instrumentos Caregiver s Feeding Styles Questionnaire (CFSQ) e Child Feeding Questionnaire (CFQ) são os mais adaptados em diferentes contextos. Em 2018, foram adaptados para pré-escolares brasileiros por Ferreira e colaboradores. Já a oferta de alimentos aos filhos, pode ser averiguada através do instrumento Questionário para avaliação de práticas alimentares de crianças menores de dois anos de idade validado por Oliveira e colaboradores em 2015, sobretudo quando o objetivo é identificar a oferta de ultraprocessados, pois permite quantificar a oferta de alimentos no dia anterior e classificá-los, segundo grau de processamento. Os alimentos presentes na lista são também pertinentes a faixa etária pré-escolar. Diante do exposto, a presente tese teve o objetivo associar o excesso de peso materno aos estilos e práticas parentais de alimentação e à oferta de alimentos. O desenho do estudo é seccional e os dados utilizados são um recorte da pesquisa Violência familiar, estilos e práticas alimentares parentais e excesso de peso na infância, realizada em uma Clínica da Família do município do Rio de Janeiro. A amostra foi composta por 154 mães de pré-escolares. Os dados foram coletados entre 2016 e 2017 através de um questionário contendo os instrumentos mencionados, tiveram dupla entrada no EpiData® e foram exportados, tratados e analisados no SPSS 21.0®. Foram realizadas análises de Regressão Logística bivariada para testar associações brutas com uso do p-valor de 0,20 como limite para entrada no modelo ajustado. Foi realizada Regressão Logística multivariada para análise do modelo ajustado, com nível de significância de 95%. O excesso de peso materno não se associou aos estilos de alimentação, mas a obesidade se associou ao estilo de alimentação não-envolvido (RC:2,307; IC95%:1,158-4,599; p=0,017). Foi encontrada associação inversa entre o excesso de peso materno e a prática de restrição alimentar (RC:0,381; IC95%:0,178-0,814; p=0,013) e à elevada oferta de alimentos ultraprocessados (RC=0,099; IC95%:0,018-0,541; p<0,05) (> 6 itens/ dia). O excesso de peso materno reduziu as chances de restrição alimentar e de alta oferta de alimentos ultraprocessados. Tais achados contradizem o senso comum de que mães com excesso de peso têm necessariamente comportamentos obesogênicos com os filhos. Para a amostra de mães do presente estudo, o excesso de peso reduziu as chances de práticas já associadas ao excesso de peso infantil e menor consumo de vegetais. As elevadas prevalências de excesso de peso e obesidade materna, bem como a elevada mediana de itens ultraprocessados oferecidos aos filhos suscitam intervenção educativa no âmbito da Atenção Básica à Saúde com vistas ao enfrentamento sensível do excesso de peso e do consumo de ultraprocessados