Saúde Mental na Atenção Primária: um estudo local sobre sofrimento emocional e acesso ao cuidado em tempos de saúde mental global.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4471 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como foco o sofrimento emocional e o acesso a seu respectivo cuidado na Atenção Primária no âmbito local, e busca dialogar com o panorama do campo da Saúde Mental Global. Ao redor do mundo, milhões de pessoas padecem de problemas de saúde mental, mas cerca de 75% não recebem o tratamento de que precisam, principalmente em países de média e baixa renda. No Brasil, frequentemente, muitas buscam auxílio na Estratégia de Saúde da Família manifestando sofrimento por meio de queixas somáticas difusas, associadas ou não a doenças físicas e/ou mentais. Porém, o índice de reconhecimento do sofrimento por médicos generalistas ainda é baixo. Considerando que não há saúde sem saúde mental e a precariedade do cuidado de saúde mental, objetiva-se investigar a percepção de pacientes sobre o sofrimento emocional e o acesso a seu cuidado na Atenção Primária. A relevância desta pesquisa se deve a: escassez de pesquisas no tema, alta prevalência do sofrimento emocional e alto impacto socioeconômico, lacuna de tratamento. Adotando perspectiva qualitativa, foram realizados dois estudos. Um estudo empírico com grupos focais sobre sofrimento e cuidado e outro teórico-conceitual com revisão bibliográfica sobre os termos acesso e treatment gap . Os grupos focais com pacientes em sala de espera ocorreram em unidades com serviços de Atenção Primária na Área Programática 2.2 no Município do Rio de Janeiro. Foi criado um roteiro de perguntas baseado no instrumento McGill MINI Narrativa de Adoecimento. As narrativas foram interpretadas com o método de Análise de Conteúdo e resultou em cinco categorias: 1) Explicação do Sofrimento; 2) Comunicação do Sofrimento ao Médico; 3) Comunicação da Estruturação do Cuidado; 4) Comunicação do Sofrimento no Contexto Assistencial; 5) Facilitadores e Barreiras. As barreiras envolvem crenças intrínsecas ao paciente, atitudes do médico e um contexto assistencial tumultuado, que interagem formando um looping antiterapêutico, o qual compromete o acesso ao cuidado. Analisando as barreiras segundo modelo multidimensional de acesso, constatou-se que as mesmas se correlacionam principalmente às dimensões simbólica, técnica e organizacional, mas não deixam de refletir também a conjuntura das dimensões econômico-social e política do acesso. Foram discutidas estratégias para contornar as barreiras e nortear o desenvolvimento de abordagens culturalmente sensíveis e socialmente relevantes que facilitem o acesso ao cuidado do sofrimento na APS brasileira. |