Punição como violência pela ótica das liberdades substantivas: contribuições metodológicas acerca de espaços de liberdade e estatística bayesiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Israel, Vinicius Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17578
Resumo: O aumento da população privada de liberdade ao redor do mundo vem chamando a atenção dos estudiosos sobre violência e punição. No Brasil, o aumento expressivo das taxas de encarceramento vem acompanhado do aumento dos crimes, principalmente dos crimes violentos. Este trabalho aborda o fenômeno do encarceramento em massa no Brasil e no mundo. A motivação é compreender as causas e consequências tanto da seletividade punitiva quanto dos fatores macro associados ao fenômeno do encarceramento em massa. O trabalho consiste na investigação científica sobre: punição, segurança pública, violência, criminalidade, justiça e direitos humanos. Parte de um estudo teórico nas áreas de sociologia da punição e estratificação social, fazendo um diálogo com a filosofia política e teoria da justiça, com ênfase no debate liberal. A proposta metodológica divide-se em duas vertentes: uma macrossociológica, referente ao estudo das taxas agregadas de encarceramento, e uma microssociológica, direcionada ao estudo das liberdades substantivas que os indivíduos possuem antes e depois de passarem pelo sistema prisional. A análise dos dados faz uso de ferramental estatístico de análise exploratória de dados e de modelagem. Diversos modelos estatísticos são apresentados para tratamento dos dados, dentre eles: modelos lineares generalizados, modelos hierárquicos, modelos de estatística espacial e modelos dinâmicos para séries temporais. A inferência é feita sob o paradigma bayesiano de modo que a tomada de decisão científica não é baseada no p-valor. Os resultados apontam que o Brasil está passando por um processo de encarceramento em massa, que ocorre atrelado a sua fase específica de desenvolvimento e desigualdade. A grande quantidade de pessoas presas afeta as estatísticas oficiais do mercado de trabalho. A tese mostra que o encarceramento, que é voltado para grupos específicos da população, tem um papel importante e pouco debatido, na perpetuação das desigualdades.