Análise de sobrevida e fatores de risco para óbito em pacientes adultos com bronquiectasias não fibrocísticas acompanhados em um ambulatório especializado
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19554 |
Resumo: | As bronquiectasias são dilatações permanentes das vias aéreas em decorrência de várias doenças que afetam o pulmão. Há destruição da parede brônquica e manifestações clínicas poderão surgir em quaisquer fases da vida. Com o intuito de avaliar a qualidade de vida (QV) e identificar fatores de risco associados com a mortalidade em pacientes com bronquiectasias não fibrocísticas (BNFC), a presente tese realizou um estudo de coorte, de um único centro, compreendendo 120 pacientes com BNFC acompanhados regularmente entre janeiro 2017 a junho 2020. Cem pacientes com BNFC foram atendidos presencialmente, ou por telefone, a cada 3 meses, no 1º ano, e todos foram acompanhados por três anos para o estudo de sobrevida. O sistema descritivo EQ-5D-3L e a escala analógica visual (EQ-EAV) foram aplicados em dois momentos do estudo, no início e ao fim do 1º ano. Variáveis como exacerbação, atendimentos em emergências, comorbidades, hemoptise, colonização das vias aéreas, hospitalizações dentro outras foram anotadas no 1º ano de acompanhamento e analisadas após três anos usando o modelo de risco proporcional de Cox para sobrevida. Foi elaborada uma tese na forma de dois artigos científicos produzidos como resultados. De 100 pacientes, 99 completaram o estudo, sendo 72% de mulheres. A qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) medida pelo EQ-5D-3L foi 0,545 e 0,589, respectivamente, no início (basal) e após um ano. A mortalidade por todas as causas foi de 10,8%. As análises multivariadas ajustadas mostraram que os principais preditores para mortalidade foram sexo feminino (aHR: 8,14; IC 95%: 2,39-27,78; p = 0,0001), tabagismo (aHR: 22,46; IC 95%: 2,03-74; p = 0,011), diabetes (aHR: 3,92; IC 95%: 1,09-14,10; p = 0,037), doença pulmonar obstrutiva crônica (aHR: 4,03; IC 95%%: 1,28-12,74; p = 0,018), visitas à emergência (aHR: 36,77; IC 95%: 4,10-330,14; p = 0,001), uso de antibióticos para exacerbações (aHR: 11,17; IC 95%: 2,25-55,48; p = 0,003), mudança da cor da expectoração (aHR: 8,19; IC 95%%: 2,45-27,38; p = 0,001), exacerbação (aHR: 3,78; IC 95%%: 1,05-13,65; p = 0,042), volume expiratório forçado no 1º segundo (aHR: 6,51; IC 95%: 1,60-26,46; p = 0,009), capacidade vital forçada (aHR 36,17; IC 95%: 5,72-228,59; p = 0,0001), ausência de fisioterapia (aHR 41,32; IC 95%: 4,97-343,68; p = 0,001), ausência de vacinação contra pneumococos (aHR: 7,00; IC 95%: 2,90-24,48; p = 0,002), mobilidade (EQ-5D-3L) (aHR: 5,57; IC 95%: 1,46-21,21; p = 0,012) e autoavaliação do estado de saúde (EQ- EAV) (aHR: 4,41; IC 95%: 1,33-14,59; p = 0,015). Como conclusões, os pacientes com BNFC tem reduzida qualidade de vida e múltiplos fatores podem contribuir desfavoravelmente para a evolução clínica, sendo que alguns destes podem ser identificados precocemente e tratados preventivamente. |