Crianças por trás das câmeras: infâncias em produção
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20167 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é colocar em discussão as concepções de infâncias e o lugar que as crianças ocupam na produção audiovisual realizada em contexto educativo, a partir da análise de 15 vídeos realizados com meninos e meninas de até 13 anos, em escolas da cidade do Rio de Janeiro, e exibidos em 2018 e 2019, pela TV Escola na série “Curta Mostra Geração”. A metodologia utilizada foi análise fílmica na perspectiva bakhtiniana, na qual osujeito “deixa sua assinatura em seus discursos”, e fundamentada em autores como Carrière e Gardies. Para tentar escapar da armadilha de realizar uma interpretação reducionista do filme em si mesmo, desvinculado de quem produz e do contexto de realização, busquei trazer para reflexão outras informações sobre as produções como a fala das crianças que fizeram os filmes, os comentários de quem assistiu o debate no cinema e as entrevistas tanto com as organizadoras da Mostra Geração quanto com o produtor do programa de televisão, além de fragmentos da minha memória. A realização deste trabalho apresentou-se como um convite para desvelar o processo de realização de audiovisual na escola e aprender sobre como se constitui a autoria e a participação infantil. Foi possível refletir durante o percurso de pesquisa sobre o tratamento paternalista dado à criança como um sujeito “menor”, incapaz de participar do mundo público e político, por considerá-la frágil e não competente, em contraponto à visão de criança como sujeito de direitos. Este trabalho buscou evidenciar que as crianças são produtoras de cultura e a produção audiovisual que elas realizam pode ser uma forma de participação política. Ele aponta para o fato de que a produção audiovisual realizada na escola se dá de forma colaborativa entre as crianças e entre crianças e adulto, reconhecendo dessa forma o professor como coautor no processo de realização. Esta relação intergeracional mostrou-se potente e capaz de subverter a ordem hierárquica escolar. A pesquisa evidencia, ainda, que o audiovisual produzido em contexto escolar geralmente nasce como um convite dos professores para os alunos e aponta para o uso instrumental da produção audiovisual feita com crianças da mesma forma que já ocorre com a exibição de filmes na escola. O texto traz para o diálogo sobre as infâncias e os direitos das crianças as autoras Adriana Hoffmann, Gilka Girardello, Lisandra Ogg Gomes, Lúcia Rabello de Castro, Mônica Fantin, Rita Ribes e Rosália Duarte. A relação das crianças com a tecnologia e a produção audiovisual é orientada, sobretudo, pelos estudos de David Buckingam. As questões apresentadas neste trabalho situam-se no imbricamento de dois campos interdisciplinares: a Comunicação e a Educação. |