Prevalência e perfil de suscetibilidade antimicrobiana de bastonetes Gram-positivos isolados de infecções urinárias em um hospital terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Sara Wilis Cussuol
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14449
Resumo: A infecção urinária (ITU) é uma doença de grande incidência e pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais frequente em mulheres. Gravidez, malformações do sistema urinário, imunossupressão, diabetes e procedimentos invasivos no trato urinário são alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento de ITU. Escherichia coli é o uropatógeno mais frequentemente isolado em casos de infecções comunitárias e hospitalares. Entretanto, bastonetes Gram-positivos (BGP) são também microrganismos comumente isolados em uroculturas de indivíduos idosos, grávidas ou que têm outros fatores de risco para ITU. Até recentemente, esses microrganismos eram classificados incorretamente, sub-relatados e até descartados como prováveis contaminantes. Corynebacterium urealyticum e outras espécies de Corynebacterium têm sido isoladas como agentes responsáveis pelas ITUs. Além disso, existe uma grande preocupação com cepas de BGP resistentes a antimicrobianos e com a emergência de microrganismos resistentes a múltiplos fármacos. Portanto, este estudo teve como objetivo investigar a prevalência e o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos de bastonetes Gram-positivos isolados de ITU, bem como, avaliar a produção de metalo-beta-lactamase por esses patógenos e padrões de aderência de BGP resistentes a múltiplas drogas às células HEp-2. Foram isoladas 65 cepas de BGP a partir de amostras de urina de pacientes durante o período de setembro de 2015 a agosto de 2016 em uma unidade básica de atenção a saúde privada no município de Nova Friburgo/ RJ. A ITU foi mais prevalente em mulheres (94,42%), sendo mais encontrada entre pacientes de 65 a 93 anos de idade (37,5%). A análise por espectrometria de massa (MALDI-TOF) identificou 60 cepas (92,3%) do gênero Corynebacterium, 4 (6,1%) do gênero Brevibacterium e 1 (1,54%) do gênero Brevibacillus. Corynebacterium amycolatum representou 50,8% de todas as amostras isoladas neste trabalho, seguida por C. aurimucosum (23,1%), C. coyleae (4,6%), C. minutissimum (1,53%), C. propinquum (1,53%), C. striatum (1,53%), Brevibacterium ravenspurgense (1,53%) e Brevibacillus agri (1,53%). Os microrganismos apresentaram maior resistência à nitrofurantoína (81,5%), eritromicina (69,2%), penicilina (56,9%), clindamicina (49,2%), trimetoprim/sulfametoxazol (52,3%), ciprofloxacina (43,1%) e ampicilina (40%). Em relação à produção de metalo-beta-lactamase, foram detectadas 4 cepas de C. amycolatum positivas através da técnica de difusão de disco utilizando antibióticos beta-lactâmicos (imipenem e ceftazidima) com inibidores de metalo-beta-lactamase (EDTA e MPA). Doze bastonetes (15,5 %) mostraram resistência a múltiplas drogas e foram submetidos à avaliação do padrão de aderência às células HEp-2. Três amostras exibiram um padrão de aderência agregativa (AA) e nove apresentaram aderência localizada (AL). Este trabalho demonstra a importância do reconhecimento de bastonetes Gram-positivos do gênero Corynebacterium como uropatógenos e a necessidade de padronização dos métodos de identificação aplicáveis à rotina laboratorial. Além disso, reafirma a preocupação com a resistência antimicrobiana emergente e a necessidade de políticas mais exigentes que limitem e controlem o uso de antibióticos.