Meu sonho era maior que eu: biografia sociológica de uma trânsfuga de classe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Coutinho, Priscila de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15509
Resumo: Esta tese baseia-se em pesquisa biográfica focada na trajetória de Juscelina Gomes de Lima. Trata-se da filha caçula de pequenos agricultores do agreste paraibano que realiza uma radical travessia no espaço sócio geográfico, tornando-se uma executiva de destaque, e retorna à Paraíba em 2012, após 35 anos vividos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por meio da utilização de diferentes métodos e técnicas de investigação etnografia, entrevistas e pesquisa documental procura-se compreender a sociobiografia da personagem a partir de duas questões centrais. A primeira pode ser resumida da seguinte forma: Como, diante dos constrangimentos e possibilidades oferecidos pela posição original no espaço social, a biografada seguiu rumo a uma vida permeada por desafios ligados tanto ao constante aprendizado em uma pluralidade de contextos socializadores quanto às tensões éticas provocadas pela ressignificação de suas visões de mundo? A segunda: Como a pesquisada, em diferentes fases da vida, lidou com o distanciamento geográfico, social e cultural de seu núcleo familiar? Ou seja, busca-se compreender as diferentes configurações das relações entre Juscelina e sua família ao longo do ciclo de vida analisado, que se inicia com a união de seus pais e é finalizado com o retorno à Paraíba. Parte-se da idéia de que a investigada vive tensões ligadas à sua condição de trânsfuga de classe , conceito baseado na idéia de que a experiência de afastamento (mais ou menos radical) do mundo de origem gera impactos afetivos significativos, muitos deles ligados à culpa por ter superado os pais e à dor do estranhamento sentido tanto nos contextos de origem quanto naqueles frequentados após ter deixado a casa (e a classe) paterna. Com apoio na idéia de uma sociologia em escala individual considerada em suas dimensões vertical (aprofundamento das disposições, sentimentos e visões de mundo de um só sujeito) e horizontal (ao longo de um longo ciclo de vida), busca-se compreender como Juscelina, com todas as singularidades de que é feita a sua história, viveu a condição de trânsfuga de classe.