Associação entre o consumo de ácidos graxos saturados e trans e a presença de síndrome metabólica em adolescentes brasileiros: Projeto ERICA.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8815 |
Resumo: | A síndrome metabólica (SM) representa um conjunto de fatores de risco para as doenças cardiovasculares, já presente nas fases mais precoces da vida. Evidências mostram que consumo alimentar inadequado constitui um importante fator na gênese da SM. Pesquisas recentes demonstram um consumo frequente, entre os adolescentes, de alimentos fontes de ácidos graxos saturados e do tipo trans que favorecem o ganho ponderal, além de promoverem alterações lipêmicas e piora na sensibilidade à ação da insulina. O objetivo do presente estudo foi investigar a associação entre o consumo de ácidos graxos saturados e trans e a SM em adolescentes brasileiros. Foram avaliados 36.650 adolescentes, de 12 a 17 anos, participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), realizado em 2013/2014. Trata-se de estudo seccional de base escolar, em amostra de adolescentes de municípios com mais de 100 mil habitantes com representatividade nacional, regional e de capitais. Foram coletadas informações referentes às características sociodemográficas, sexo, idade, cor da pele e morbidade referida, além de terem sido realizadas aferições de peso, estatura, perímetro da cintura e pressão arterial dos adolescentes. O consumo de ácidos graxos saturados e trans foi avaliado através da aplicação de um recordatório alimentar de 24h. Prevalências de inadequação de consumo foram estimadas, considerando consumo inadequado aquele maior que 10% do valor energético total para saturados e acima de 1% para trans. Coleta de sangue também foi realizada, à nível nacional, sendo as amostras analisadas em um único laboratório. A SM foi diagnosticada usando-se os critérios da International Diabetes Federation (IDF, 2007), com adaptação da pressão arterial, segundo as curvas para adolescentes, de acordo com sexo, idade e estatura. A alteração nos componentes da SM também foi avaliada. Os dados foram avaliados no software STATA, versão 14, com módulo survey para amostra complexa. SM esteve presente em 2,6% da população estudada, sendo em sua maioria adolescentes com excesso de peso, estudantes da rede pública de ensino, com localização escolar na capital e pertencentes à região Sudeste. Os componentes da SM que mais apresentaram alteração foram o HDL-c (32,5% [IC95% 30-35]), seguido do permímetro da cintura (12,7% [IC95% 11,6-13,8]). A análise do consumo alimentar mostrou que nas escolas privadas consome-se, em maior quantidade tanto ácidos graxos saturados, quanto trans, em relação às escolas públicas. A região Sul do Brasil foi a que apresentou maior média de consumo percentual de ácidos graxos trans (1,3% [IC95% 1,2-1,4]). Observou-se que o consumo dos ácidos graxos saturados, pelos adolescentes brasileiros, encontra-se maior do que o limite máximo recomendado de 10% do valor energético total. Os adolescentes com excesso de peso consomem tais gorduras em quantidades mais inadequadas, comparados aos eutróficos. Não foi encontrado associação entre o consumo de ácidos graxos saturados e trans e a SM (ácido graxo saturado: OR 0,91[IC95% 0,66-1,26]; ácido graxo trans: OR 0,99[IC95% 0,73-1,33]) e/ou alteração em seus componentes, porém, viu-se que meninas, adolescentes de escolas privadas e adolescentes com excesso de peso apresentaram maior chance de consumo inadequado tanto de ácidos graxos saturado quanto de ácido graxo trans. |