Desamparo, amor e culpa: um estudo psicanalítico sobre a gênese e operação do supereu
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicanálise |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23486 |
Resumo: | Tomando como ponto de partida o irremediável antagonismo entre a cultura e o pulsional proposto pelo pensamento freudiano e a sua indicação que a limitação da agressividade é o primeiro e mais severo sacrifício que a sociedade tem que pedir ao indivíduo, nos debruçaremos sobre o mecanismo mais importante de manejo da agressividade na perspectiva freudiana: a sua introjeção sob a forma do supereu. Deslindaremos a gênese e o modus operandi dessa instância, articulando-a radicalmente ao desamparo primordial. As duas funções principais do supereu, vigilância e crítica, correspondem a dois objetos pulsionais, o olhar e a voz, substâncias episódicas do objeto a, conforme Lacan. No que toca o olhar, já ao nascer, o desamparado infans é alvo do enigmático e siderante olhar do Outro. É olhado antes de olhar. Abordaremos essa dimensão persecutória do olhar imediata e originária. Assim como a voz não se confunde com o som, o olhar não se confunde com a visão. Trataremos dessa esquize fundamental entre o olho e o olhar. Tomando a arquitetura do Panóptico idealizada por Bentham e trabalhada por Foucault, percorreremos os efeitos da dissociação do par ver-ser visto que faz com que o olhar tenda ao incorpóreo e à introjeção. O olhar, contudo, não se limita a uma vertente vigilante-persecutória. O olhar do Outro é fundamental na constituição do eu. A criança se volta para aquele que a segura diante do espelho invocando seu assentimento, demanda a ratificação do valor dessa imagem diante dela. Estudaremos as consequências do destronamento de His Majesty the Baby e a ereção do ideal do eu na tentativa de reaver e assegurar satisfações narcísicas. Abordaremos o orgulho e a culpa em suas relações com o ideal do eu e o supereu. Trataremos do supereu como pura cultura da pulsão de morte, sua face mais mortífera. Discutiremos as consequências da limitação da agressividade indispensável a tessitura de qualquer laço social e os seus destinos. Cotejaremos as definições institucionais da hierarquia e disciplina, pilares do militarismo, com a análise foucaultiana e questionaremos as possibilidades e limitações da psicanálise na Marinha do Brasil. |