Filhas e filhos de mães lésbicas: caminhos e margens no Brasil e na França

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pontes, Mônica Fortuna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15044
Resumo: O presente trabalho é uma cartografia realizada com filhas e filhos jovens e adultas/os entre 12 e 45 anos criadas/os por, pelo menos, uma mãe lésbica, cisgênero. A partir de treze entrevistas realizadas, sete no Brasil e seis na França, com onze filhas e dois filhos, interrogou-se de que forma a homossexualidade das mães atravessa a vida de suas/seus filhas/os, numa sociedade regida pelas normas heterossexuais e pelo ideário de uma família heteroparental única e universalizada. Dois dispositivos distintos e que se entrelaçam, o da sexualidade e o da maternidade foram evocados. Como perspectivas metodológicas inter-relacionadas, que permitem acompanhar os processos descritos, foram utilizadas a abordagem genealógica, desenvolvida por Michel Foucault, para problematizar as linhas de força envolvidas na produção de subjetividades; a abordagem cartográfica, proposta por Gilles Deleuze e Félix Guattari, vista como um mapa em construção; e a perspectiva da História Oral, como referencial que interroga a história solidificada por uma verdade única. Os diferentes caminhos percorridos por Brasil e França para a aquisição de direitos por homossexuais foram apresentados. O trabalho realizado nos dois países teve a intenção de desnaturalizar verdades consideradas absolutas em determinadas culturas e momentos históricos. As configurações das famílias homoparentais às quais essas/esses filhas/os pertencem são diversas. Observou-se, em linhas gerais: a larga busca pelos direitos, adquiridos ou não, como casamento, adoção e novas tecnologias reprodutivas em ambos os países e os seus desdobramentos no cotidiano das/os filhas/os; as formas de lidar com a diversidade sexual e com a correspondência da suposta linearidade sexo, gênero e sexualidade em suas vidas; a percepção das famílias como iguais às demais e, concomitantemente, como diferentes; os diversos sentidos do segredo sobre a homossexualidade das mães e seus efeitos, diferentes em função da idade das e dos filhas/os; os atravessamentos do gênero das mães na criação das/os filhas/os; os atravessamentos da demarcação do gênero masculino na vida de meninos e homens; e, finalmente, os afetos demonstrados pelas/os filhas/os que buscam proteger as mães, revertendo a potência discriminatória em potência de luta