Dinâmica temporal de Halodule wrightii Ascherson e suas interações ecológicas com macroalgas e herbívoros
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5845 |
Resumo: | As gramas marinhas são o único grupo de plantas superiores adaptadas a vida em ambiente marinho. Mundialmente, elas vêm sendo destruídas pelas atividades humanas. Infelizmente ainda se sabe pouco sobre a dinâmica e a ecologia das angiospermas marinhas no Brasil, apesar do seu grande valor ecológico e reconhecida importância econômica. Esse trabalho teve como principais objetivos tentar entender mais sobre a dinâmica de um banco de Halodule wrightii e observar como a competição e herbivoria afetam e modulam esse banco. O estudo foi realizado na face norte da Ilha de Santa Bárbara (BA) (17º57,703'S 38º41,834'O), dentro do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. O monitoramento foi feito seguindo o protocolo internacional SeagrassNet, que utiliza três transectos fixos de 50m visando detectar variações temporais no banco. Para observar a dinâmica que media a distribuição das macrófitas em Abrolhos foram utilizados transplantes de réplicas para as diferentes zonas de distribuição dos organismos (zona sem vegetação, zona dominada por H. wrightii e zona dominada por macroalgas rizofíticas), além da adição de macroalgas rizofíticas e exclusão de herbívoros. Também foram feitas medidas de fluxo de água, sedimentação e intensidade de herbivoria nas diferentes zonas. O monitoramento realizado em Abrolhos mostrou que um banco monoespecífico de H. wrightii pode apresentar características diferentes de acordo com a época do ano. A porcentagem média de cobertura de H. wrightii nos transectos variou entre 34% em abril e 25% em outubro. A altura máxima dos eixos foi encontrada com mês de julho (12,4 cm). Uma correlação indicou uma relação negativa entre macroalgas e H. wrightii. O peso seco total foi maior nos meses de abril e julho. A intensidade de herbivoria é significativamente maior próximo ao recife de corais que nas zonas de ocorrência das macrófitas (F(1,16)=11,72; p≤0,001). Não há variação no fluxo de água. A taxa de sedimentação potencial é maior nas bordas das zonas de distribuição das macrófitas. As réplicas da zona dominada por macroalgas onde as macroalgas foram removidas na implantação apresentaram um aumento significativo na densidade após 75 dias de experimento, passando de apenas 46 eixos.400cm-2 para 94 eixos.400cm-2 (F(1,8)=5,71; p=0,04). A porcentagem de cobertura média de H. wrightii foi significativamente maior nas réplicas onde não houve a adição de macroalgas (F(35)=1,93; p=0,161). A densidade de eixos foi maior nas réplicas onde não houve a adição de macroalgas. A altura dos eixos de H. wrightii foi 4 cm maior nas réplicas com exclusão total de herbívoros. Foi possível concluir que não são os fatores abióticos e sim a competição e a herbivoria os responsáveis pela zonação das macrófitas. Os resultados nos mostram a eficácia da metodologia de pontos fixos de monitoramento para a detecção de variações temporais em bancos de angiospermas marinhas, além de nos fornecem um maior entendimento sobre a dinâmica que media os bancos de angiospermas marinhas brasileiros |