Análise das configurações socioambientais em litorais da margem atlântica: lagunas de Aveiro (PT) e Araruama (BR)
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Multidisciplinar BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14242 |
Resumo: | A antropização dos ecossistemas tem ocorrido com elevada intensidade resultando em profundas alterações ambientais. Prevê-se que as populações fiquem cada vez mais vulneráveis perante o cenário de alterações climáticas. Neste contexto, os ecossistemas litorâneos, nomeadamente os ecossistemas lagunares, estão bastante expostos a esse problema. Complexas interações resultaram da adaptação humana ao meio ambiente ou da sua tentativa de o modelar. A evolução geomorfológica das zonas costeiras lagunares, porque abrigadas, permitiu, desde cedo, o estabelecimento de populações que lhes causaram impactos provenientes das relações estabelecidas com o meio ambiente. Tais impactos resultaram em alterações nos ecossistemas gerando vulnerabilidades socioambientais com especial relevância no Período Contemporâneo, isto é, nos séculos XIX e XX. Neste estudo avalia-se comparativamente os ritmos e intensidade da antropização ocorrida em dois sistemas lagunares localizados na margem atlântica: o sistema lagunar de Aveiro (Portugal) e o sistema lagunar de Araruama (Brasil), através de uma análise interdisciplinar, tendo por base metodológica os preceitos da História Ambiental. Através da hermenêutica feita com base na documentação histórica escrita e cartográfica, demonstra-se o desenvolvimento geomorfológico dos sistemas lagunares em apreço e a sua relação com a ocupação e influência humana, as alterações antrópicas causadas nos respectivos ecossistemas e as vulnerabilidades a que se encontram sujeitos. Para o efeito, recorre-se a uma análise efetuada numa cronologia de longa duração, cujo recorte cronológico tem como limite a quo o ano de 897, em Portugal, e o de 1503, no Brasil, e como limite ad quem o ano de 2014. Procura-se dar resposta a questões fundamentais para melhor se entender a antropização desses sistemas litorâneos: quando e de que modo ao longo do tempo histórico ocorreu a fixação humana; em que medida as formas de exploração destes sistemas naturais os impactaram e como se traduziram em alterações relevantes ao ponto de terem influência nas respectivas configurações; quais foram as semelhanças e as diferenças desses impactos e dos ritmos de transformação dos ecossistemas. Consideramos que a comparação das inter-relações estabelecidas entre as sociedades e esses ambientes lagunares, em seus processos de construção ao longo do tempo histórico, pode apontar elementos para o entendimento das vulnerabilidades próprias e contribuir para o conhecimento da dinâmica relacional ser humano/natureza. Tais considerações permitem a construção de possíveis ações sociais capazes de protelar e/ou superar os riscos vivenciados pelas políticas públicas que privilegiam o desenvolvimento econômico em detrimento da segurança e bem-estar humano e da sustentabilidade dos ecossistemas. Assim, o propósito final do presente estudo é o de ampliar o conhecimento da evolução dos sistemas lagunares, tendo em vista o desenvolvimento de um modelo de análise diacrônica comparativa entre sistemas costeiros, com base nas vulnerabilidades e potencialidades existentes em Portugal e no Brasil, buscando contribuir para uma gestão costeira integrada. |