Efeitos imediatos e tardios da privação de sono em camundongos pré-púberes: implicações em comportamentos tipo-afetivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rito-Costa, Fernanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22680
Resumo: A redução do número de horas de sono em crianças e adolescentes em idade escolar está associada com uma série de distúrbios comportamentais, como transtornos de ansiedade, depressão e baixo desempenho escolar. Estudos realizados em animais sugerem que a privação de sono durante o desenvolvimento interfere em uma série de processos que influenciam na formação e a maturação da circuitaria neural, como a sinaptogênese, o refinamento sináptico, a mielinização e a síntese proteica. Desta forma, é razoável supor que a privação de sono durante a infância ou período pré-púbere (período marcado por intensa sinaptogênese em diversas regiões cerebrais) pode acarretar em prejuízos neurocomportamentais por um longo período da vida do indivíduo. Contudo, até o momento, existem poucos estudos investigando as consequências comportamentais da privação em roedores jovens. O objetivo geral deste trabalho foi testar a hipótese de que a privação de sono durante o período pré-púbere afeta o comportamento tipo-ansioso e a capacidade de lidar com o estresse. Em P23 (P1 = dia do nascimento), camundongos suíços de ambos os sexos foram privados de sono por 72h (grupo REMd) pelo método das múltiplas plataformas ou aos procedimentos de controle (grupo CONT) ou permaneceram em suas gaiolas de criação (grupo NAÏVE). O comportamento tipo-ansioso e a capacidade de lidar com o estresse foram avaliados, respectivamente, no labirinto em cruz elevado (LCE) e no teste de nado forçado (TNF). Os testes foram realizados imediatamente após a privação de sono, em P26, e 10 dias após a privação, em P36. No LCE, o percentual de entradas nos braços abertos dos animais dos grupos CONT e REMd foi maior do que o do que o do NAÏVE, em P26. Contudo, em P36, sob o mesmo teste, não foram observadas diferenças entre os grupos. No TNF, não foram observadas diferenças entre os grupos NAÏVE, CONT e REMd nos animais testados em P26. Contudo, em P36, os animais do grupo REMd apresentaram uma atividade natatória significativamente maior do que os animais dos grupos CONT e NAÏVE, que não diferiram entre si. Os resultados no LCE sugerem que, em curto prazo, tanto a privação de sono como os procedimentos de controle podem diminuir os níveis de ansiedade, mas estes efeitos são transitórios. No TNF, a privação de sono não afetou a atividade natatória em curto prazo, mas 10 dias após promoveu uma marcante hiperatividade, que é sugestiva de uma incapacidade de lidar com a situação estressante do teste. Com base em nossos resultados podemos concluir que a privação de sono durante o período pré-púbere é capaz de afetar, em curto prazo, o comportamento tipo-ansioso e, em longo prazo, a capacidade de lidar com o estresse