Uma estética de inextricáveis meandros: sombras e lacunas na ficção de Cornelio Penna
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6821 |
Resumo: | Tendo como objeto de estudo a ficção de Cornelio Penna, representada por Fronteira (1935), primeiro livro do escritor, esta dissertação está estruturada em duas partes. Na primeira delas é desenvolvida uma breve abordagem do ambiente de 1930, com destaque para as tensões ideológicas e políticas que dominavam a cena. Nesse contexto, são relevantes as mudanças provocadas pela chegada de Getúlio Vargas ao poder e pelo rearmamento institucional experimentado pela Igreja desde a década anterior. Esse estado de coisas se refletiu na produção cultural e, no caso específico da literatura, foi percebido pela crítica como responsável pelo estabelecimento de uma polarização entre autores regionalistas e católicos/intimistas, reproduzindo de certa forma a oposição política existente entre direita e esquerda. O que se procura problematizar aqui é a rigidez dessa categorização, que, de modo sumário, acaba por misturar escritores de orientações muito diversas. Em última instância, questiona-se a própria validade do termo romance católico, que, em função de seus contornos pouco precisos, conduz facilmente a equívocos e generalizações. A segunda parte do trabalho consiste numa leitura de Fronteira. Explorando de modo profundamente original as possibilidades do realismo psicológico, Cornelio cria um romance que destoa no ambiente marcado por obras de cunho político e documental. Ambientada no século XIX, a narrativa exibe características muito peculiares, sobretudo no que toca ao ritmo lento e a uma premente ausência de explicações para os eventos descritos. Embora manipulando elementos de ordem histórica e social, o texto introspectivo de Cornelio se mantém formalmente distante da literatura de denúncia, sendo por vezes associado, de forma indevida, ao pensamento católico conservador. Partindo de aspectos específicos do romance, como a relação problemática que se estabelece entre os indivíduos e a impossibilidade de figurarem harmoniosamente num espaço que lhes é hostil e ameaçador, a análise pretende identificar marcas constitutivas e mecanismos ficcionais que permitam compreender melhor a lógica particular que rege o funcionamento do texto corneliano |