Formação para docência nos programas de pós-graduação Stricto sensu no campo da Alimentação e Nutrição no Brasil
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7196 |
Resumo: | Foi estudada a formação para docência oferecida a mestrandos e doutorandos pelos Programas de Pós-Graduação Stricto sensu do campo Alimentação e Nutrição (A&N) do Brasil à luz dos conceitos de campo científico, capital simbólico, poder simbólico, violência simbólica e habitus desenvolvidos por Pierre Bourdieu, bem como pelas noções de poder, conhecimento/saber e discurso de Michel Foucault. Partindo do pressuposto que o currículo pode ser entendido como um texto e este como um discurso, foram analisadas as propostas curriculares de 22 Programas cadastrados na área de Nutrição da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), disponíveis na Plataforma Sucupira e no Caderno de Indicadores da CAPES (2012/2014). A análise documental foi norteada pelas seguintes questões: qual a articulação entre os objetivos dos Programas, o perfil de egresso desejado e a estrutura curricular dos mesmos, no que tange à dimensão de formação para a docência? Como a formação docente é significada nos Programas Stricto sensu do campo da A&N? De uma forma geral, os Programas demonstram um discurso em sintonia com os princípios do Sistema Nacional de Pós-Graduação no que diz respeito a formar professores para o ensino superior e preparar pesquisadores. Foram percebidas várias estratégias dos Programas para aumentar a tão valorizada produtividade, principal arma na luta concorrencial entre eles e entre os agentes sociais individuais neles existentes, haja vista o processo avaliativo da CAPES. A sujeição dos agentes sociais (sejam institucionais- universidades, sejam individuais docentes e discentes) às regras externas ao campo, ao poder regulador do Estado e do Mercado está ligada ao jogar o jogo , está implicada como forma de acumular capital simbólico, exercer poder simbólico e conseguir prosseguir na disputa. No que tange às disciplinas de formação docente, foi encontrado um predomínio das temáticas de cunho instrumental como planejamento (de aula, educacional, plano de ensino) e metodologia de ensino (estilo, estratégias, técnicas), pouca fundamentação em reflexão teórica e pouco foco na aprendizagem. A leitura feita dos achados é de que a formação docente é significada nesses Programas como uma prática que se reduz à adoção de procedimentos e meios técnicos para se alcançar os resultados desejados, prática essa baseada nos traços de disputa do campo, cerceada por um controle discursivo e por tecnologias de poder (disciplina e regulação), desenvolvida em meio a um habitus de produtivismo e concorrência. Notamos um movimento de fixação de identidade docente pouco focada na criação de condições para que o futuro professor possa ter oportunidades de produzir sentidos para o mundo que os circunda, ampliar os espaços de debate entre diferentes concepções do campo da Alimentação e Nutrição e refletir sobre as contradições e complexidade desse campo. Faz-se necessária nesse espaço uma maior fundamentação teórica que discuta os saberes docentes, que estimule a desnaturalização das regras e que contribua para pensarmos sobre como o mundo é constituído nos jogos de poder/saber por aqueles que falam nele e dele, e como se pode criar outras formas de estar nele |