Palmeiras da Amazônia brasileira: uma abordagem sobre o uso e a estrutura anatômica dos estipes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kikuchi, Tatiani Yuriko Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21069
Resumo: A Floresta Amazônica se destaca das demais florestas neotropicais pela alta diversidade biológica e pela grande importância que apresenta à estabilidade climática do planeta. Dentre as monocotiledôneas, a família Arecaceae apresenta grande abundância e riqueza de espécies nessa região. Apesar da importância ecológica, etnológica e econômica, desse grupo, suas espécies ainda são pouco compreendidas ou desconhecidas estruturalmente, principalmente quando se referem aos estudos anatômicos dos estipes, cujas informações são escassas e fragmentadas. Diante disso, este estudo visa ampliar o conhecimento relativo às palmeiras nativas da Amazônia brasileira, em uma abordagem integrada e aplicada à valorização, conservação e sustentabilidade deste importante recurso natural e de seus bens e serviços prestados à sociedade. Desse modo, foi realizado o inventário das espécies de uso conhecido e a descrição e análise comparada da estrutura anatômica da região cortical e subcortical dos estipes de palmeiras com diferentes hábitos, em relação às formas de uso, à identificação taxonômica e ao subsídio para avaliações científicas do potencial de utilização de espécies economicamente promissoras e já empregadas empiricamente na construção de habitações, móveis, utensílios e artesanato. Os resultados inicialmente, apresentam o status do conhecimento relativo aos estipes de palmeiras da Amazônia brasileira no Item 3 deste trabalho (Tipos e usos dos estipes de palmeiras da Amazônia brasileira: uma revisão). Este conjunto de dados reúne os tipos de uso em uma análise associada aos hábitos e tipos de estipes lenhificados de espécies nativas, com resultados relevantes à compreensão das categorias de uso dos estipes, além de evidenciar alternativas promissoras ao desenvolvimento de novos produtos sustentáveis e fonte de renda para as comunidades da região. O Item 4 (Estrutura anatômica e histoquímico dos estipes de palmeiras com diferentes hábitos e maior registro de uso na Amazônia, Brasil) apresenta a avaliação macro e microestrutural dos feixes fibrovasculares das espécies com maior registro de uso local: Desmoncus polyacanthos, Euterpe oleracea e Socratea exorrhiza, em busca de parâmetros quali-quantitativos voltados à identificação e à relação de usos e qualidade dos estipes, destacando-se 14 características anatômicas e histoquímicas, são elas: formato da calota esclerenquimática; tipo de placa de perfuração; número de barras da placa de perfuração; tipo de fitólitos; capa marrom-acastanhada nas bainhas das calotas dos feixes vasculares e coloração do parênquima fundamental; padrão de crescimento; formato das células do parênquima fundamental; distribuição das fibras/esclereides na calota esclerenquimática; presença de esclereides fusiformes na calota esclerenquimática; diversidade da extremidade das fibras; altura e largura da calota esclerenquimática; diâmetro total, espessura da parede e número de lamelas da parede das fibras/esclereides; diâmetro dos vasos do metaxilema; número de barras da placa de perfuração e o tipo de lignina nas paredes dos tecidos lignificados. Estas características foram determinantes para diferenciação dos tipos de hábito de crescimento e, consequentemente melhor compreensão dos tipos de uso dos estipes, já que os hábitos geralmente estão associados à forma de uso das palmeiras. O Item 5 (Fitólitos em palmeiras e sua intrínseca relação com as pontoações intercelulares), finaliza os resultados obtidos com a investigação de novas evidências anatômicas para caracterizar as formas dos fitólitos e sua relação com a estrutura das pontoações das células esclerenquimáticas dos feixes vasculares dos estipes, ampliando o conhecimento sobre a biomineralização e o mecanismo de deposição dessas estruturas inorgânicas ao longo da superfície das paredes dessas células. Assim, nossos resultados corroboram a diversidade e o potencial informativo dos estipes, preenchendo lacunas sobre o conhecimento da família Arecaceae com dados relevantes e inéditos, além de fornecer subsídios tanto para identificação de outras espécies de palmeiras da flora Amazônica brasileira, com potencial econômicamente sustentáveis, quanto as políticas públicas voltadas à valorização dos produtos gerados e a conservação da biodiversidade local.