Quem não se comunica se trumbica: o poder comunicacional da poética brasileira dos anos 1970/80

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Vieira, Marcelo José Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23439
Resumo: A crítica literária de poesia consagrou a produção poética livresca (a despeito de sua diversidade formal e temática) como a mais representativa da cena lírica brasileira dos anos 1970/1980, deixando relegados a um segundo plano vários outros tipos de poemas, igualmente representativos. Há, por exemplo, uma grande quantidade de poemas visuais setentistas e oitentistas que são simplesmente ignorados. Ao examinarmos mais atentamente essas duas décadas, percebemos o volume e a relevância da produção que poderia estar presente nas antologias, nos estudos, nos ensaios, nas pesquisas e nos livros referentes a tal período. Boa parte, decerto a maioria, dos pesquisadores da poesia dos anos 1970/80 define o perfil do poeta carioca de então como sendo o de um artista culto, preparado, grande conhecedor das técnicas poéticas, rigoroso em sua escrita, caprichoso na condução de sua obra. Em minha dissertação, intitulada Poesia verbalista urbana: poética e política no Rio de Janeiro dos anos 1980, demonstrei que há uma enorme quantidade de poetas – apesar dos critérios de valor privilegiados pela crítica – que escapam bastante desse perfil proposto pelos críticos em pauta, a começar porque se trata de uma poesia de caráter sobretudo oralizante e feita (não exclusiva, mas principalmente) pensando em performances em espaços públicos. Essa preocupação com a melhor comunicabilidade possível da poesia com o grande público, usando para conseguir tal feito linguagens mais modernas, mais conectadas ao tempo e à sociedade da época, não surge nos anos 1970/1980. Ao contrário disso, percebemos que essas reflexões e debates nascem, em solo brasileiro, já na década de 1950, com um grupo de poetas liderados por João Cabral de Melo Neto e outros, ao mesmo tempo que a Poesia Concreta já começa a desenvolver seu paideuma e sua poética voltados para modernização das linguagens poéticas brasileiras, que, segundo todos estes artistas, teriam sofrido, após o vanguardismo do Modernismo de 22, um retrocesso comunicacional promovido pela chamada “Geração de 45”. Nesta tese, a minha proposta é levar adiante, com mais vigor e alcance, a revisão desse atual “cânone” brasileiro dos anos 1970/80, para que, a partir de outros critérios e valores, possamos afirmar e legitimar o lugar dessa outra espécie de poesia – de base oralizante, comunicativa, performática, popular e política. Ao fim de tudo, meu objetivo será conseguir reunir e publicar estes textos em uma primeira antologia da Poesia Verbalista Urbana Brasileira 1970/80