Extensão na universidade pública brasileira: desafios e dilemas no período de 2003 a 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Leite, Ana Paula de Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21980
Resumo: O tema desta pesquisa é a extensão universitária, e ela se constituiu em uma análise da Política de Extensão Universitária na universidade pública brasileira com enfoque no período dos governos do Partido dos Trabalhadores - PT (2003-2016). O objetivo geral foi o de analisar a Política de Extensão Universitária que resulta da correlação de forças que marcou os governos do Partido dos Trabalhadores, no período que compreendeu os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e os dois mandatos de Dilma Rousseff (2011-2016). A questão central que norteou a pesquisa foi: qual política de extensão resultou dos projetos em disputa no âmbito da política de educação superior no Brasil, considerando as correlações de força de um governo de coalisão interclassista? Para tanto, examinar as configurações do capitalismo a partir do contexto do imperialismo mundial se torna imperativo para a análise da política educacional em curso nos países periféricos, tendo em vista que ela se reformula para dar conta de atender às necessidades dos países centrais de ampliar a privatização da educação superior. Assim, as universidades públicas no Brasil estarão cada vez mais submetidas a políticas privatistas de cunho expansionistas. A educação se constituiu para o capital em crise, na periferia do capitalismo, a partir do início do século XXI, como uma promissora área de investimentos, o qual se encontra em incessante busca por novos campos de exploração lucrativa e estratégia de difusão da concepção de mundo burguesa. Nesse quadro se inserem a educação superior e a extensão universitária que, a partir de 1988, teve seu reconhecimento legal como elemento do tripé ensino, pesquisa e extensão na universidade pública brasileira, mas que nos governos do Partido dos Trabalhadores (2003-2016), embora a extensão tenha se expandido e alçado um patamar de destaque, não conseguiu empreender uma perspectiva democrática e emancipatória de universidade, porque inserida numa universidade aos interesses do capital financeiro, em governos que não apontaram propostas de ruptura nem com o neoliberalismo e nem com a estrutura heteronômica e dependente da universidade brasileira. Os governos do Partido dos Trabalhadores imprimiram um movimento de continuidades e novidades em relação às políticas econômicas e sociais implementadas pelos governos anteriores, mas que mantiveram o padrão dependente de educação superior que atravessa a história da educação brasileira. Portanto, aprofundam-se, por um lado, o processo de privatização interno das universidades públicas brasileiras e, por outro, o empresariamento da educação superior, o que cria, consequentemente, as bases para o aprofundamento da inserção capitalista dependente e heteronômica do Brasil na economia mundial.