Caracterização tectono-estratigráfica e faciológica dos reservatórios carbonáticos do pré-sal do campo de Búzios, Bacia de Santos, com base em interpretação sísmica, perfis de poços, análise de testemunho e amostras laterais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Priscila Tavares dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19689
Resumo: A exploração do pré-sal nas últimas décadas, trouxe atenção mundial para o Brasil, devido a descobertas de campos gigantes. Esses reservatórios carbonáticos de idade Barremiano-Aptiano são associados a Formação Barra Velha (esferulitos, shrubs, laminitos das sequências Pós-Rifte) e a Formação Itapema (coquinas da sequência Rifte Superior). O campo de Búzios é um campo gigante, possuindo, estimativa de volume de óleo in place (29 bilhões de barris), e é o segundo maior campo de produção no Brasil (758 mil boe/d). Este trabalho propõem uma caracterização tectono-estratigráfica para os reservatórios do pré-sal do campo de Búzios, baseado em interpretação de dados sísmico, correlação de poço, e dados de rocha. A interpretação sísmica revelou configuração do rifte com estruturas do tipo horts, grábens e hemigrabens, extremamente falhadas (N30W e N30E) com uma complexa zona transferência. Pode-se dividir a sequência Rifte em Inferior e Superior (intervalo das coquinas) e pós-rifte (intervalo Barra Velha). O Rifte Superior chega a ter espessuras próxima a 800m e apresenta falhas e geometrias em cunhas menos expressivas que o Rifte Inferior, indicando uma diminuição da subsidência devido a expansão do rifte. O Pós-Rifte apresenta espessura variando de 200 a 400 m nos altos e espessura máxima de 850m nos flancos das estruturas. Um total de 9 fácies foram definidas na Fm. Itapema, sendo as duas principais (67%) Coquina Rudstone/Grainstone com e sem retrabalhamento. Três associações de fácies foram definidas com base na energia do sistema. Associação A (Mudstone/Packstone, Mudstone/Packstone bioclástico, Wackestone bioclástico) depósitos de baixa energia (região distal), a associação B (Espatito, Coquina Packstone/Floatstone retrabalhado e Coquina Packstone/Floatstone), ambiente de moderada energia (sublitoral) e a associação C (Grainstone oolítico, Coquina Rudstone/Grainstone e Coquina Rudstone/Grainstone retrabalhado), ambiente de alta energia (litoral). O agrupamento de fácies baseado em propriedades permo-porosas não foi possível, devido aos processos de alteração diagenética. O estudo de ciclicidade do intervalo Itapema mostra ciclos de raseamento em diferentes frequências, com o aumento das fácies de alta energia para o topo. Um total de 10 fácies foram definidas para o Barra Velha, e quatro associações de fácies são proposta com base na energia do sistema e condições geoquímica do lago: associação E (Laminito, Laminito Esferulito Wackestone/Packstone, Esferulito Wackestone) ambiente distal, com aumento da alcalinidade; Associação F (Esferulito Packstone/Grainstone, Esferulito Packstone/Grainstone retrabalhado) sublitoral com alta alcalinidade e disponibilidade de Mg; Associação G (Shrub Packstone/Grainstone/Rudstone retrabalhado, Shrub Esferulito Floatstone/Rudstone, Shrub Grainstone/Rudstone), litoral com elevada salinidade e alcalinidade, alto Ca, e baixo Mg; e associação H (Chert e Calcário Nodular) palustrino. Dado a diagênese não foi possível agrupar as fácies em função das propriedades permo-porosas. O estudo da ciclicidade no Barra Velha permitiu a separação em ciclos de raseamento e afogamento em diferentes frequências, com uma tendência de raseamento e aumento da alcalinidade para o topo. Diversas evidências apontam que o lago foi sofrendo processo de raseamento desde a Fm. Itapema e continuando ao longo da Fm Barra Velha, se tornando cada vez mais alcalinos, havendo influência não só da tectônica rifte como também do clima.