Adolescentes mães acolhidas: a maternidade como forma de subjetivação na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Juliana Castelo Branco e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15397
Resumo: Esta dissertação parte da hipótese de que, para as adolescentes com os maiores índices de vulnerabilidade social, como as jovens acolhidas, a maternidade constitui uma das formas de subjetivação que lhes permite resistir à precária situação na qual se encontram, criando outras possibilidades de vida e de existência. Assim, o presente trabalho buscou verificar como ocorria a construção da relação entre as adolescentes acolhidas e os seus bebês, durante a gravidez e após o parto, visando mostrar como se dava o exercício da maternidade para as mesmas. A pesquisa de campo foi realizada em uma instituição de acolhimento, localizada na cidade do Rio de Janeiro, que possuía um projeto destinado a acolher até dez jovens grávidas ou mães, juntamente com seus filhos. Constituiu-se por meio de pesquisa participante composta por participação e observação em grupos operativos e entrevistas individuais, realizadas com as adolescentes grávidas ou mães acolhidas, além do levantamento de dados provenientes dos prontuários da instituição de acolhimento acerca dessas jovens. O material coletado foi examinado com base na análise de conteúdo, fazendo emergir cinco categorias: 1) história de vida das adolescentes acolhidas; 2) a vivência da gestação; 3) os cuidados com o bebê; 4) a relação com o filho; 5) entre o sonho e a realidade: a visão das adolescentes mães acolhidas sobre os seus futuros. Dessa forma, evidenciaram-se aspectos presentes nas vidas dessas adolescentes que incidiam nas suas trajetórias, nos seus processos de subjetivação e na relação com seus filhos. Foi possível abordar como essas jovens exerciam a maternidade e construíam os vínculos com os seus bebês, apontando para o fato destas desenvolverem os cuidados dos seus filhos de maneira satisfatória e se mostrarem dispostas a construírem relações significativas. Além disso, verificou-se como percebiam o momento de desligamento da instituição e as suas perspectivas de futuro. Assim, pôde-se constatar que, apesar de encararem a maternidade como uma forma de subjetivação que lhes permite encontrar outros sentidos para as suas vidas, as práticas exercidas no contexto de acolhimento, sobre essas jovens, constituíam condutas de desproteção que repercutiam na relação entre a adolescente mãe e o seu bebê