Cosmocoreografias: poéticas e políticas do mover entre artes e territórios indígenas e da arte contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Jaenisch, Damiana Bregalda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Artes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Artes
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7344
Resumo: Este trabalho é sobre relação. Sobre circulação de pessoas, práticas e saberes entre mundos diversos. Sobre a relação de corpos com territórios e concepções diversas de corpo e território. Sobre a relação entre sujeitos em trânsitos, humanos e não-humanos, entre modos distintos de produzir humanidade e mundo. Sobre inscrição da diferença no espaço. Visibilidade e invisibilidade. Falas, escutas e silenciamentos. Dos corpos, da diferença. Sobre resistência e luta. Através do corpo que se move, inscreve presença, dança e canta para se fazer forte, se fazer ver e ouvir. O corpo em movimento é entendido aqui como dispositivo de produção de vida e de relação. Propomos um percurso desde os tempos-espaços rituais junto aos Mbya Guarani aos tempos-espaços das artes contemporâneas e aos encontros entre uns e outros. Experiências em torno de projetos de fortalecimento cultural, de exposições de arte, projetos artísticos e manifestações políticas constituem o terreno desta pesquisa. Nas relações entre indígenas e não-indígenas, interessa ressaltar como os primeiros vêm articulando estratégias para a produção de enunciados acerca de si e de ações eficazes no mundo, para a continuidade da produção de humanidade, mundo e diferença. E por outro lado, apontar como o interesse de artistas e curadores em aproximar-se das produções e pensamentos indígenas se orienta para a busca de outros paradigmas de pensamento, vida e relação com o mundo, diante do colapso do paradigma da modernidade ocidental. A partir destes encontros, a arte pode ser abordada em sua potência de articular outras possibilidades de relação com a existência e de intervenção no mundo. Arte e política se articulam enquanto capacidades de redistribuir o sensório e de agir no mundo. Cosmocoreografia emerge como conceito que evoca a inscrição de fluxos e movimentos de uma diversidade de seres humanos e não-humanos que habitam o mundo, afetando uns aos outros. O conceito se investe de sentido político na medida que os movimentos grafados pelos corpos no mundo se revelam modos de resistência, insistência e luta pela vida.