Aspectos da ecologia de Mimagoniates microlepis (Steindachner, 1876) (Characidae, Glandulocaudinae) em um riacho costeiro: Reprodução, dinâmica populacional e movimento.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Ariane Furtado de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4964
Resumo: Os impactos que os riachos da Mata Atlântica vêm sofrendo, a perda de biodiversidade e o elevado número de espécies endêmicas neste bioma Brasileiro são fatores que reforçam a importância de estudar a biologia das espécies de peixes desse ambiente. Neste trabalho, apresentamos questões importantes sobre a biologia e estrutura populacional de Mimagoniates microlepis. Especificamente, avaliamos: i) taxa de crescimento e flutuação das densidades (taxa de retorno) através de uma ampla escala temporal; ii) estratégias reprodutivas e história de vida; e iii) distribuição espacial e estrutura genética da população usando o DNA mitocôndrial (DNAmt). Nossos resultados revelam que as flutuações no tamanho populacional não retornam ao ponto de equilíbrio, e valores negativos da taxa de retorno sugerem um declínio da população. Este cenário, provavelmente está ocorrendo devido às atividades humanas que tem se intensificado ao longo dos anos no rio Ubatiba. Nossas observações de biologia reprodutiva da espécie mostraram que as mesmas não apresentam um padrão sazonal como registrado em outras bacias, e consequentemente, há reprodução ao longo de todo o ciclo anual. Esta estratégia reprodutiva pode assegurar a sobrevivência da prole e permanência local da espécie. Constatamos também que machos e fêmeas diferem em relação às táticas reprodutivas. Fêmeas parecem investir mais em reprodução do que os machos, o que está relacionado ao tamanho de primeira maturação e altos valores de IGS (>5). A fecundidade encontrada foi baixa (100-400 ovos/g). Padrões espaciais de segregação de tamanho também foram registrados. Verificamos que os adultos foram consistentemente maiores nas localidades mais próximas à cabeceira, enquanto que os menores predominaram nas localidades mais baixas, próximas à foz do rio Ubatiba. Este cenário indica que os indivíduos iniciam seu ciclo de vida nas áreas mais baixas do rio e à medida que crescem migram em direção as áreas de cabeceira em função de sua adaptabilidade ecológica em relação à deriva de ovos e larvas. O contato histórico entre seus indivíduos ao longo do rio Ubatiba, seja por migrações ativas ou passivas (deriva de ovos e larvas) é apoiado pelos resultados moleculares da região COI e D-loop. O compartilhamento dos haplótipos em todas as localidades, desde áreas de cabeceira à foz do rio Ubatiba, somado à homogeneidade genética revelada pelo Índice de Fixação alélica (Фst) da AMOVA demonstram a existência de fluxo gênico e que trata-se de uma população de característica genético estrutural única. A diversidade nucleotídica e haplotípica encontrada foi baixa.