Nível socioeconômico e sobrevida líquida de pacientes com câncer no Brasil: análise de dados populacionais dos municípios de Aracaju (SE) e Curitiba (PR), 1996 a 2012

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Renna Junior, Nelson Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20691
Resumo: O câncer é uma doença de incidência crescente e que está relacionada a morbidade e mortalidade significativas em todo o mundo. Diversos estudos internacionais têm apontado a existência de iniquidades relacionadas ao prognóstico da doença em termos de condições socioeconômicas e características etnorraciais. O presente trabalho tem por objetivo analisar o impacto dos aspectos sociais e econômicos na sobrevida líquida de pacientes com diagnóstico de neoplasias malignas de mama, pulmão, próstata, colo uterino e tumores colorretais nos municípios de Aracaju (SE) e Curitiba (PR), entre os anos de 1996 e 2012. Para tanto foi composta uma coorte retrospectiva com dados dos Registros de Câncer de Base Populacional. A estratificação por nível socioeconômico foi realizada a partir da construção de um indicador contextual baseado em informações de renda e escolaridade, atribuído aos indivíduos de acordo com região de moradia. Construiu-se modelos multinível flexíveis para análise do excesso de hazard de mortalidade relacionado ao diagnóstico de câncer em função de nível socioeconômico, raça-cor, idade e ano do diagnóstico, para cada dupla sexo-tipo de tumor. As razões de hazard de mortalidade e os percentuais de sobrevida líquida, ajustados por idade, de 2, 5 e 8 anos a contar da data do diagnóstico foram estimados. Foram analisadas informações relativas a um total de 28.005 casos de câncer nos dois municípios. Durante o período de estudo, observou-se aumento nos percentuais de sobrevida líquida para todos os tipos de câncer mesmo para os tumores mais agressivos. Pacientes com residência em Curitiba apresentaram percentuais de sobrevida mais elevados em comparação com pacientes de Aracaju, mesmo após estratificação por nível socioeconômico. Diferenças em termos de nível socioeconômico foram encontradas para as populações de ambos os municípios, apresentaram maior magnitude na população de Curitiba. Não se observou tendência de redução dessas diferenças ao longo do período de estudo. Os resultados do presente trabalho indicam ampliação das desigualdades socioeconômicas, etnorraciais e regionais na sobrevida de portadores de câncer no Brasil durante as décadas de 1990 e 2000. Estes achados ressaltam a importância do fortalecimento das políticas de atenção oncológica com foco na redução de desigualdades no acesso a serviços diagnósticos e terapêuticos