Efeito da apneia obstrutiva do sono sobre a pressão arterial de obesos normotensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Corrêa, Cláudia Maria Nogueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8618
Resumo: Apneia obstrutiva do sono (AOS), obesidade e hipertensão arterial sistêmica (HA) estão intimamente relacionados. Até 70% dos pacientes com AOS podem ser assintomáticos e evidências apontam para a existência de alterações cardiovasculares, em especial HA noturna. O objetivo principal deste estudo foi avaliar o ritmo circadiano da pressão arterial (PA) em indivíduos obesos normotensos com AOS moderada/grave comparando àqueles com AOS leve/ausente. 81 pacientes com idade entre 30 e 55 anos, índice de massa corporal (IMC) entre 30-39,9kg/m², PA casual<140/90mmHg submeteram-se à avaliações clínica, antropométrica e de bioquímica laboratorial; responderam a três questionários do sono: questionário Berlin (QB), escala de sonolência excessiva de Epworth (ESEE) e índice de qualidade do sono de Pittsburgh (IQSP), medida da velocidade da onda de pulso (VOP) e das pressões aórticas. Posteriormente, fizeram os exames de monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e o exame com monitor portátil domiciliar para o diagnóstico de AOS. Os participantes do estudo foram divididos em dois grupos com base no índice da apneia-hipopneia (IAH): grupo 1 com IAH<15 eventos/h e grupo 2 com IAH&#8805;15 eventos/h. O grupo 2 apresentou maiores circunferência de pescoço e relação cintura-quadril (40,5±3,2vs. 38,0±3,7cm, p=0,002, e 0,94±0,05vs.0,89±0,05cm, p=0,001, respectivamente); maiores PAS-24h PAD-24h na MAPA (122±6vs.17±8 mmHg, p=0,014, e 78±6vs.73±7mmHg, p=0,008, respectivamente) e maior carga pressórica diastólica noturna (44,6±25,9%vs.31,3±27,3%, p=0,041), assim como diferença significativa para hipertensão mascarada (HM) e hipertensão noturna (HN) (61,5% vs.30,9%, p=0,009 para ambas). Além disso, houve correlação positiva entre PAD noturna e IAH (r=0,43, p<0,03). Não existiram diferenças com significado estatístico entre os grupos nos exames para obter as pressões centrais, AIx (augmentation index), PAS aórtica, PP (pressão de pulso) e de VOP, nem para bioquímica e presença de síndrome metabólica. Em relação ao estudo dos questionários do sono, 23 dos 81 indivíduos tiveram AHI&#8805;15 eventos/h e 88,5% deles foram classificados como alto risco de apneia do sono com QB (88,5% vs. 61,8%, p=0,014), 57,7% deles foram classificados como tendo sonolência diurna excessiva com ESEE (57,6%vs.50,0%, p=0,758) e 57,6% deles foram classificados como tendo má qualidade de sono com IQSP (57,7%vs.43,6%, p=0,353). O QB apresentou 78,6% de sensibilidade (IC95%, 69,8-87,3), 44,6% de especificidade (IC95%, 34,0-55,3), VPP 41,5% (IC95%, (31,0-52,0), VPN 80,6% (IC95%, 72,2-89,1). O ESEE apresentou sensibilidade de 53,6% (IC95%, 48,1-59,0), especificidade de 50,0% (IC95%, 44,5-55,5), VPP 34,9% (IC95% 29,7- 40,1, VPN 68,3% (IC95% 63,2-73,4) e o IQSP, sensibilidade de 82,1% (IC95%, 78,0-86,3), especificidade de 10,7% (IC95%, 7,3-14,1), VPP 31,5 (IC95% 26,4-36,6), VPN 54,5 (IC95% 49,1-60,0). A MAPA pode ser útil na avaliação de pacientes obesos normotensos com AOS de moderada à grave devido a alta prevalência de HN e HM encontrada; índices de obesidade central, como a RCQ e a CP, são bons indicadores para AOS; o QB pode ter utilidade na seleção de indivíduos de uma população de obesos normotensos para AOS; os ESEE e IQSP não foram úteis para ajudar na identificação de indivíduos com AOS.