Análise da função sexual de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da fratura de pênis
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8533 |
Resumo: | As evidências vêm mostrando que existe uma tendência na realização da exploração cirúrgica imediata na fratura peniana (FP), visando restaurar a integridade anatômica e funcional do pênis, a fim de evitar complicações e disfunções sexuais. O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação abrangente da função sexual de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da FP, incluindo aspectos psicológicos relacionados ao trauma. Pacientes operados por FP de janeiro de 2014 a agosto de 2017 foram acompanhados em nosso serviço por pelo menos seis meses. Esses pacientes responderam aos questionários International Index of Erectile Function (IIEF-5) e The Premature Ejaculation Diagnostic Tool (PEDT) , além de uma entrevista psicossexual. Ultrassom do pênis com Doppler colorido (USGDC) foi realizado naqueles que tinham disfunção erétil (DE) persistente para obter um diagnóstico etiológico preciso. Finalmente, os pacientes foram examinados e arguidos sobre qualquer evidência de dor na ereção, nódulos penianos ou curvatura adquirida após a cirurgia. Um total de 58 pacientes realizou o seguimento. A média de idade foi de 38,5 anos (variação de 18 a 66 anos). A etiologia sexual foi observada em 46 (79,3%) casos e não sexual em 12 (20,6%). Apenas um paciente apresentava DE antes do trauma. O seguimento variou de seis a 48 meses (média: 11,4). Cinco (8,6%) pacientes apresentaram diminuição da libido, um (1,7%) relatou ejaculação retardada e cinco (8,6%) desenvolveram ejaculação precoce. Oito (13,7%) pacientes queixaram-se de curvatura peniana após a cirurgia. O teste de injeção intracavernosa demonstrou desvio < 30 ° em todos os casos. Nódulo fibrótico peniano foi encontrado em 44 (75,8%) pacientes e ereções dolorosas em 16 (27,5%) casos. Cinco (8,6%) pacientes queixaram-se de uma diminuição no tamanho do pênis no período pós-operatório. A função erétil pós-operatória foi recuperada após seis meses em 50 (86,2%) pacientes. Após a última avaliação aos 18 meses, apenas um paciente desenvolveu DE persistente e o USGDC excluiu etiologia vascular. O único caso de DE prévia não apresentou alteração da função erétil. Avaliações psicossexuais mostraram que 45 (77,5%) pacientes temiam um novo episódio de FP. Mudanças nos hábitos sexuais, como evitar relações sexuais vigorosas, foram reportadas por 40 (68,9%) pacientes. Entre 18 (31%) pacientes que relataram impacto negativo na vida sexual, a ansiedade de desempenho foi revelada por 17 (29,3%) deles. Dos 46 casos de etiologia sexual, 17 (36,9%) pacientes relataram evitar a posição que levou ao trauma. Finalmente, os pacientes com ansiedade de desempenho e aqueles que relataram um impacto negativo na vida sexual foram mais suscetíveis ao desenvolvimento de DE (p = 0,0337 e p = 0,0418, respectivamente). Podemos concluir que o tratamento cirúrgico da FP proporciona resultados satisfatórios, com recuperação adequada da função sexual, mesmo no seguimento a longo prazo. A maioria dos pacientes preserva a função erétil sem o desenvolvimento de curvatura ou deformidade peniana. Entretanto, complicações sexuais como DE, diminuição da libido, disfunções ejaculatórias, curvatura e nódulo peniano podem ocorrer no pós-operatório tardio e devem ser tratadas. Sequelas psicológicas são muito comuns, causando medo de recorrência e DE psicogênica, resultando em impacto negativo na vida sexual desses pacientes, que devem ser acompanhados de perto. |