A nostalgia em tempos de exílio: as gramáticas emocionais do reencontro no romance As Brasas (1942)
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20523 |
Resumo: | O romance As Brasas (1941), do escritor húngaro Sándor Márai, narra a história do reencontro entre dois amigos quatro décadas após uma separação provocada pela quebra de fidelidade. Conjuga tempo e sentimentos, na medida em que apresenta um passado que não se findou relacionado a um horizonte para o qual se caminha. Baseado em um registro temporal do exílio, no qual identifico a vivência subjetiva deslocada no passado, proponho um estudo das gramáticas emocionais do reencontro a partir de uma análise interpretativa de As Brasas. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa está baseada em um tipo de interpretação textual que considera as dinâmicas entre o autor, a obra e o leitor. Procura identificar a dimensão histórica e cultural da obra literária através de processo receptivo. Baseado no drama do protagonista Henrik, o estudo aciona um tipo de subjetividade baseada na inadequação da condição em que a vida se encontra no tempo presente. A compreensão do modo pelo qual as pessoas revitalizam seu passado permite situar o conjunto de significados atribuídos à noção de nostalgia. Tal sentimento é examinado tendo como chave de compreensão a experiência do exílio enquanto perda do laço afetivo com o tempo-espaço vivido no passado. Posicionado na questão da quebra de confiança, o drama levantado a partir de As Brasas é analisado no plano de uma ordem sentimental específica capaz de articular o exilio e a nostalgia, enquanto ausência de uma forma de existência que se deixou de ter. No romance, essa nostalgia suscitada pela ausência consiste no esforço de reelaboração do passado de maneira a transubstanciar o consumado em incerteza, o que revela modos específicos de vivenciar subjetivamente o tempo. |