Unidade, diversidade, totalidade: a Teoria da Reprodução Social e seus contrastes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fonseca, Rhaysa Sampaio Ruas da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/9416
Resumo: Fruto de um acúmulo de debates que floresceram durante a ebulição das lutas de 1968, a Teoria da Reprodução Social (TRS) ressurge, no século XXI, como reação prático-teórica de intelectuais críticos e ativistas às três décadas de reestruturação neoliberal. O aprofundamento da crise estrutural desencadeada a partir de 2007-2008, avança através da intensificação das formas de expropriação e rebaixamento das condições de vida das trabalhadoras e dos trabalhadores. Um despertar do autoritarismo em escala global também marca a presente conjuntura. Superá-la, depende da reconstrução de alternativas concretas de emancipação e de pontes transnacionais de solidariedade. Isto implica a reformulação da noção de classe trabalhadora e dos mecanismos materiais que possibilitariam sua união sem que suas especificidades de raça, gênero e sexualidade sejam subsumidas ou hierarquizadas. Assim, feministas-marxistas da reprodução social buscam compreender estas relações como momentos de uma totalidade social complexa. Ao desvelar as formas não-remuneradas de trabalho que constituem a experiência feminina elas buscam uma compreensão unitária da condição humana sob o capitalismo. Quais contradições constituem o capitalismo e, portanto, devem ser consideradas em sua superação? A TRS, constitui um terreno ainda inexplorado pelo público brasileiro. O objetivo desta dissertação é contribuir para a introdução deste debate no Brasil. Proponho uma reconstrução crítica da teoria unitária elaborada por Lise Vogel e das contribuições contemporâneas ao seu desenvolvimento. Tal reconstrução engloba uma discussão de fundo sobre a proposta de elaboração de uma teoria unitária à luz da noção marxiana de totalidade social. Para contribuir com este debate, apresento outras teorias que se lançaram ao desafio de produzir uma análise unitária das relações de opressão e produção sob o capitalismo, tal qual a análise das relações de raça e classe de David Roediger e o feminismo-marxista negro e anticolonial de Angela Davis. Trata-se de um esforço inicial e não-exaustivo de mapear, traduzir, sistematizar e debater a TRS e os debates que a envolvem.