Padrão do ciclo menstrual na adolescência e sua relação com parâmetros de resistência à insulina, síndrome metabólica e síndrome dos ovários policísticos
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8544 |
Resumo: | Embora a adolescência seja uma etapa da vida saudável, resistência à insulina (RI) e suas consequências podem manifestar-se neste período sendo, em geral, descobertas tardiamente quando já instaladas a obesidade, a síndrome metabólica (SM) e/ou a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Nos últimos anos, alguns estudos têm demonstrado que a irregularidade menstrual é um parâmetro de observação simples que pode refletir doenças endócrinas e alterações metabólicas. Para avaliar a importância da irregularidade menstrual como indicador de risco RI, SM e SOP e identificar possíveis marcadores clínicos/laboratoriais a ela associados, realizamos um estudo observacional de corte transverso incluindo 80 adolescentes com idade ginecológica (IG) > 01 ano. A média da idade cronológica, IG e IMC foram, respectivamente, 15,0±1,4 anos, 2,85±1,64 anos e 26,4±8,1. O grupo com irregularidade menstrual (52,5% da amostra) apresentou significativa elevação do IMC, níveis pressóricos, circunferência da cintura, insulina de jejum, insulina após sobrecarga (insulina 120), triglicerídeos (TG), HOMA-IR, G/I e androgênios associada a significativa redução da SHBG, HDL-C e QUICKI, quando comparado ao grupo com ciclos regulares. A SM foi diagnosticada em 38,1% das adolescentes com irregularidade menstrual versus 0% das adolescentes com ciclo regular e em 83,3% das portadoras de alterações menstruais foi confirmado o diagnóstico de SOP. A análise de subgrupo com IMC normal mostrou que as adolescentes com irregularidade menstrual apresentavam insulina 120, TG e androgênios significativamente mais elevados com HDL-C e SHBG reduzidos se comparadas às adolescentes com ciclos regulares. Ao analisarmos o subgrupo com IG ≤ 02 anos observamos que as meninas com irregularidade menstrual já demonstravam IMC, cintura, PAS, acne, <i>acantose nigricans</i>, insulina 120, TG e androgênios séricos significativamente maiores e, inversamente HDL-C e SHBG significativamente menores. O diagnóstico de SOP e de SM foi mais prevalente naquele grupo. A análise de regressão logística mostrou que a SHBG foi a variável independente que melhor explicou a irregularidade menstrual na população geral do estudo e no subgrupo de adolescentes com IG≤ 02 anos, entretanto, no subgrupo com IG> 02 anos a variável independente foi representada pelo QUICKI. Em conclusão nossos resultados demonstram que a irregularidade menstrual representa um sinal precoce e preditivo de risco para RI, SM e SOP, inclusive em adolescentes com idade ginecológica≤ 02 anos e naquelas com IMC normal. A observação do padrão do ciclo menstrual durante os primeiros anos após a menarca associado à avaliação de androgênios, SHBG e sensibilidade a insulina (especialmente da insulina de 120), pode contribuir para a detecção precoce de distúrbios endócrinos e metabólicos antecipando medidas preventivas que minimizam o risco cardiovascular. |