“Boa leitura!”: análise do gênero editorial em periódicos científicos e de seus recursos de interpessoalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silveira, Maria Elisa Luiz da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18307
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo descrever o gênero editorial em periódico científico quanto a seus constituintes de tema, composição e estilo, a partir dos estudos do Círculo de Bakhtin. Para isso, insere-se o editorial num sistema de gêneros na esfera científica e observam-se semelhanças e diferenças em relação aos editoriais na esfera jornalística, na qual esses textos têm sido mais investigados no âmbito dos estudos linguísticos. A fundamentação teórica está ancorada na Teoria Social do Discurso, na Linguística Textual, na Análise de Gêneros, apoiada por elementos da Comunicação Científica e da Linguística Sistêmico-Funcional. Trata-se de uma pesquisa de natureza interpretativista, com análise qualiquantitativa. O corpus é constituído de 89 exemplares coletados de três periódicos da Fundação Oswaldo Cruz: Cadernos de Saúde Pública, História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis), em períodos cronológicos distintos que cobrem de 1985 a 2019. Os editoriais em periódico científico integram uma família de gêneros, ora se aproximando, ora se distanciando dos editoriais de jornais, revistas de informação e revista temática. Os textos do corpus são publicados numa seção de abertura do periódico científico, autodesignada “editorial” ou “carta do editor”. Como tendência geral, apresentam neutralidade gráfica. Os temas mais comuns são o periodismo científico e questões relativas às áreas das revistas: saúde coletiva, história das ciências e da saúde, comunicação e informação em saúde. Os propósitos comunicativos mais frequentes são expressar uma opinião, comentar o funcionamento da revista, apresentar textos publicados na edição, informar sobre evento científico da comunidade. Os traços mais distintivos dos editoriais de periódico científico em relação aos da esfera jornalística são a assinatura e o posicionamento explícito do autor no texto, com uso de primeira pessoa, entre outros recursos dos sistemas interpessoais de negociação e avaliatividade. Por meio dos editoriais, o editor constrói uma comunidade científica e dialoga com ela. Os recursos interpessoais da linguagem estabelecem relações de solidariedade e, por meio deles, atitudes são negociadas quanto aos temas tratados nos editoriais. Sendo o gênero uma entidade dinâmica, os editoriais de periódico científico também estão sujeitos às mudanças na dinâmica comunicacional da ciência e aos mecanismos de sua avaliação. Construção composicional e conteúdo temático são os aspectos em que as mudanças são mais perceptíveis.