Mecânica respiratória na doença pulmonar obstrutiva crônica: análise da complexidade e impedância ao longo do ciclo ventilatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Karla Kristine Dames da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12660
Resumo: Recentemente houve um crescimento do interesse pelo estudo da dinâmica não-linear para avaliação do sistema respiratório. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) introduz alterações fisiopatológicas que culminam em um comportamento complexo e inicialmente silencioso . Observamos a necessidade da obtenção de informações mais detalhadas, utilizando a Técnica de Oscilações Forçadas (FOT), para melhor compreensão de fatores que contribuem para o adoecimento. A presente tese objetivou avaliar a contribuição da FOT na análise das alterações da mecânica respiratória ao longo do ciclo ventilatório de portadores de DPOC, incluindo a avaliação da complexidade do sistema respiratório. Um total de 207 pacientes com DPOC foi avaliado neste estudo. No primeiro momento, 114 indivíduos foram incluídos, 20 voluntários sadios (GC) e 94 com DPOC. Destes últimos, obtivemos um total de 5 grupos: o grupo normal ao exame (Grau 0) com 20 indivíduos, o grupo leve (Grau I) com 14, o grupo moderado (Grau II) com 20, o grupo grave (Grau III) com 20 e o grupo muito grave (Grau IV) composto por 20 pacientes. Os parâmetros analisados foram a impedância média do sistema respiratório (Zm), a impedância inspiratória e expiratória (Zi e Ze), a impedância no início da inspiração e da expiração (Zii e Zie), a impedância pico-a-pico (Zpp) e a variação média da impedância (ΔZrs). No segundo momento do estudo, a complexidade do sistema respiratório foi analisada através da variabilidade do fluxo aéreo e da Zrs (SDV´ e SDZrs, respectivamente), da entropia amostral do fluxo aéreo e da Zrs (EnAmV´ e EnAmZrs, respectivamente) e da entropia da densidade do período de recorrência do fluxo aéreo e da Zrs (RPDEV´e RPDEZrs, respectivamente). Nesta fase, foram avaliados 88 indivíduos. Um total de 72 portadores de DPOC foram divididos nos seguintes grupos: G0 (n=13), GI (n=11), GII (n=18), GIII (n=16), GIV (n=14). O GC foi composto por 16 indivíduos. As análises relacionadas à complexidade da Zrs envolveram um total de 97 indivíduos. Um total de 74 portadores de DPOC foram divididos nos seguintes grupos: G0 (n=17), GI (n=10), GII (n=16), GIII (n=16), GIV (n=15). O GC foi composto por 23 indivíduos saudáveis. A impedância respiratória foi maior em portadores de DPOC quando comparados ao GC: Zm (p<0,0001), Zi (p<0,0001), Ze (p<0,0001), Zii (p<0,0001), Zie (p<0,0001), Zpp (p<0,0001) e ΔZrs (p<0,01). Houve aumento significativo de SDV´ (p<0,002) e SDZrs (p<0,0001) com o aumento da obstrução brônquica. Por outro lado, a complexidade do sistema respiratório diminuiu, conforme EnAmV´ (p<0,002) e RPDEZrs (p<0,0001). A maioria dos parâmetros da Zrs apresentou valores adequados (AUC>0,8), em pacientes muito graves e graves. A EnAmV´ apresentou valores adequados em todos os grupos com DPOC (AUC> 0,80). Os valores de RPDEZrs e SDZrs demonstraram AUC >0,80 na maioria dos grupos estudados (Grupos I, II, III e IV). Concluiu-se que indivíduos com DPOC apresentam impedâncias maiores quando comparados a indivíduos normais. Impedâncias mais elevadas na fase expiratória foram observadas em indivíduos com DPOC, especialmente em obstrução grave e muito grave. A DPOC introduz uma perda de complexidade.